A Honda já atua no mercado automotivo brasileiro há três décadas e, assim como sua concorrente japonesa Toyota, conquistou um forte status por aqui, por conta da robustez e confiabilidade de seus modelos. É de conhecimento geral que, feitas as manutenções programadas de maneira correta, a chance de um Honda te dar dor de cabeça é muito pequena, e, inclusive, eles até aguentam algum desaforo vindo de donos desleixados, diferente do que acontecia com, por exemplo, alguns modelos dos anos 2000.
Por conta disso, modelos da marca costumam custar mais para serem adquiridos quando novos e também quando comprados usados. Basta comparar o preço de um Civic 2016 com, por exemplo, o de um Renault Fluence do mesmo ano, e encontraremos uma diferença de cerca de 30% entre as versões topo de linha dos dois modelos. Em outras palavras, um Civic EXR 2016 custa algo em torno de R$ 20.000 a mais que um Fluence Privilége 2016.
A Honda já fazia muito sucesso fora no exterior, e tanto lá quanto aqui, protagonizou a famosa disputa no mercado de sedãs médios: Corolla contra Civic. É fato que, até 2006, a Honda não fazia tanto sucesso quanto atualmente, apesar de já oferecer carros com muita qualidade. O Honda Fit, que chegou por aqui em 2003, hoje em dia é reconhecido, no mercado de usados, como uma ótima compra, com mecânica simples, barata e durável.
O que fez a marca japonesa ganhar notoriedade por aqui foi o lançamento da oitava geração do Civic, que foi um sucesso absoluto, conseguindo bater o número de vendas anual do Corolla, com o qual batalhava por aqui desde 1992. A partir daí, tudo começou a dar muito mais certo para a marca.
As próximas gerações do Civic não causaram tanto alvoroço quanto a oitava, mas outro modelo lançado alguns anos depois, em 2015, gerou também muito movimento: o HR-V. SUV compacto baseado nos irmãos Fit e City, marcou a entrada da marca no segmento, já que antes a única opção de utilitário esportivo oferecido por aqui era o CR-V, que era consideravelmente caro. O modelo fez muito sucesso e travou ótimos embates contra o Jeep Renegade, mas deu adeus ao mercado em 2021. Felizmente para os fãs da marca e apreciadores da categoria, o HR-V voltou ao mercado há alguns meses, totalmente renovado e cheio de tecnologia!
Nos últimos dois anos a montadora japonesa fez uma completa reformulação dos modelos vendidos por aqui, o que pode ter deixado alguns consumidores perdidos, afinal não foi só o HR-V que foi tirado do mercado e depois voltou, mas o Civic também. Além disso, o City ganhou nova geração e o Fit deu adeus, ao que parece ter sido definitivamente, dando lugar à versão hatch do City. Por fim, a CR-V, que andava esquecida depois que trocou de geração por conta do preço que subiu muito, foi discretamente tirada de linha em 2022.
Por ter sido feita aos poucos, talvez essa total atualização passou um tanto despercebida, mas a chegada da nova geração do Civic jogou um holofote sobre a marca, afinal, o modelo praticamente subiu de categoria, tanto em qualidade quanto em preço, deixando o Corolla para trás em todos os sentidos.
Hoje vamos te contar qual a versão que apresenta melhor custo-benefício, de acordo com o comparador do Virgola, em cada um dos modelos da Honda (menos o Civic, até porque ele só tem uma versão). O nosso sistema leva em conta muitas variáveis, tais quais custos ao longo de três anos com IPVAs e combustível, desvalorização, itens de série, espaço, desempenho, etc.
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City Hatch EXL - R$ 123.600
Começando pela versão dois volumes do conhecido sedã compacto japonês, a versão EXL é a opção de entrada do modelo, mas mesmo assim é bastante completa; e ganha, na questão de custo-benefício, por apenas 0,03 da versão Touring, que é a topo de linha. De cinco estrelas possíveis, o EXL ganhou 4,64 (de 5,00 possíveis) e o Touring, 4,61.
O modelo, que ocupa o lugar que antes era do Fit, chegou como opção para os fãs do modelo que foi aposentado. Apesar do design muito mais esportivo, bastante diferente do visual pacato do Fit, o CIty Hatch herdou muitas das características dele que conquistaram o público, como a facilidade para dirigir, o bom consumo de combustível e o sistema de modularidade dos bancos traseiros, Magic Seat. O porta-malas foi consideravelmente reduzido, mas as diversas configurações no banco traseiro permitem que, na maioria das vezes, não falte espaço, apesar de contar com apenas 268 litros de capacidade.
O mais importante foram as melhorias em questão de tecnologia e segurança, as mesmas que o irmão sedã passou. São seis airbags de série, e o modelo conta com cinco estrelas nos testes de colisão, tanto para adultos quanto para crianças, o que garante a segurança de quem comprar e sua família.
Fazem parte da lista de equipamentos, ainda, itens como ar-condicionado automático, bancos de couro, rebatimento elétrico dos retrovisores, chave presencial, faróis com acendimentos automático e a central multimídia de oito polegadas, que conta com Android Auto e Apple CarPlay.
A diferença de custo-benefício entre as duas versões do modelo é pequena, apesar da diferença de quase R$ 10.000 entre o preço delas. Isso se deve pelo fato de que, pelo preço cobrado a mais, o City Touring entrega o Honda Sensing, nome que a montadora dá ao pacote de recursos de direção semi autônoma. Nele, estão presentes o piloto automático adaptativo, assistente de permanência em faixa, alerta de colisão, frenagem autônoma, alerta de ponto cego e farol alto automático. Além do pacote, a versão topo de linha agrega itens como faróis full LED, retrovisor interno eletrocrômico, partida remota pela chave e sensores de estacionamento dianteiros.
Basicamente, o EXL possui um custo-benefício um pouquinho melhor, mas se você estiver disposto a pagar os R$ 10.000 a mais pedidos pelo Touring, levará para casa várias tecnologias muito úteis que não estão presentes na versão de entrada. Escolhendo uma ou outra, de qualquer forma, estará muito bem servido!
City Sedan Touring - R$ 135.600
A história é muito parecida quando falamos do City Sedã, e isso acontece porque o modelo apresenta os mesmos itens de série presentes no hatch. Por questões de custos, porém, a situação se inverte e o que apresenta melhor custo-benefício é a versão topo de linha. Por ter também uma versão EX, abaixo da EXL, temos uma classificação de custo-benefício diferente da apresentada antes.
O primeiro lugar ficou com a versão Touring, com nota 4,83 (de 5,00 possíveis); seguido de perto pela versão de entrada, EX, com 4,80. O terceiro lugar ficou para a versão intermediária, EXL, com 4,75. É interessante notar que, apesar de ficar por último em relação às outras versões do sedã, a EXL sedã possui nota melhor do que a EXL hatch, e isso se dá, principalmente, pelo fato de que o modelo possui melhor nota na questão do espaço, com um porta-malas de 519 litros de capacidade.
De qualquer forma, a versão Touring do sedã, assim como no hatch, é recheada de equipamentos, inclusive contando com o Honda Sensing. Se cabe algum porém ao modelo, é em relação ao motor, afinal, em outros mercados o City conta com motorização 1.0 Turbo, enquanto aqui ele é oferecido com o velho 1.5 aspirado que está em linha por aqui desde a primeira geração do Fit e já flerta com os 20 anos de produção. É fato que foram adotadas tecnologias novas no motor, como a injeção direta de combustível, que permitiu mais potência e, principalmente, melhor consumo ao modelo.
Essa opção conservadora da Honda de manter o motor deixa um pouco de lado o desempenho, que no modelo é apenas suficiente para fazer ultrapassagens com segurança, mas não sobra. A prioridade foi consumo, que é um dos destaques do modelo, e a montadora japonesa acertou em cheio nesse quesito, afinal, não é difícil encontrar relatos de donos que conseguem médias de mais de 19 km/l de gasolina na estrada, andando sem pressa.
HR-V 1.5 EXL - R$ 156.700
Como já dissemos anteriormente, o HR-V foi uma ótima jogada da Honda, quando surgiu em 2015. Isso porque, apesar da demanda dos clientes por SUVs da marca, o único produto que eles ofereciam que atendia a esses requisitos era a CR-V, que era bem cara, apesar de, na época, ela não ser muito mais do que um Civic com mais espaço. Para se ter uma ideia, em 2015, a CR-V mais barata zero km custava cerca de R$ 115.000, enquanto o Civic topo de linha custava R$ 72.000. O HR-V chegou às lojas com preços variando entre R$ 70.000 e R$ 90.000, o que colocou ele diretamente na concorrência com os SUVs compactos, apesar de ser bem mais moderno, bonito e com toda a fama da Honda.
Essas características seriam o suficiente para dominar completamente o segmento, se não fosse um único porém. Praticamente ao mesmo tempo em que ele foi lançado, a Jeep lançou o maior rival do HR-V, o Renegade. Por alguns anos os dois modelos lutaram pela posição de queridinho do público, mas no final quem ganhou a disputa foi o Jeep, que mantém os ótimos números de vendas, mesmo com os novos concorrentes que surgiram ao longo dos anos. O Honda não conseguiu a mesma proeza, e ano após ano caiu nos rankings de vendas, até sair de linha em 2021.
Para a alegria de quem gosta da marca, a Honda trouxe de volta para o Brasil o modelo, em nova geração e recheado de tecnologias. Inclusive, coube ao modelo ocupar o espaço que anteriormente era ocupado pelo Civic, já que ele, que chegou à pouco tempo, subiu de categoria e chegou a um novo patamar de preço.
O modelo conta com um ótimo pacote de equipamentos, inclusive contando desde a versão de entrada com todo o pacote Honda Sensing. A versão EXL é a topo de linha com motor aspirado, porém é consideravelmente mais barata do que a de entrada com motor Turbo, que conta com alguns poucos itens a mais, e oferece como maior chamariz os 177 cavalos de potência, garantindo um bom desempenho ao modelo.
As versões aspiradas possuem o mesmo motor que o City, o que não é o ideal. Se no City o desempenho do motor não falta, mas também não sobra, no HR-V a história é um pouco diferente, afinal o modelo é maior. Por aqui, é importante que o condutor prefira uma condução calma, afinal, se exigir um bom desempenho, ele vai se estressar. Nesses casos, a versão mais indicada seria alguma equipada com motorização turbinada!
Se o desempenho não é um ponto forte, o consumo é, assim como no City, um diferencial, e o modelo ostenta o melhor consumo da categoria, o que não é muito difícil, afinal os SUVs compactos possuem várias qualidades, mas a economia não costuma ser uma delas. O modelo consegue, sem dificuldades, atingir médias de mais de 15 km/l na estrada com gasolina, andando com calma.
Em relação aos equipamentos, a versão entrega ao comprador itens como seis airbags e todo sistema de condução semi autônoma, incluindo o piloto automático adaptativo, assistente de permanência em faixa, alerta de colisão, frenagem autônoma, alerta de ponto cego e farol alto automático. É importante frisar que o modelo conquistou quatro estrelas, de cinco possíveis, nos testes de colisão feitos pela EURO NCAP, divisão europeia do órgão, e que é conhecido por ser mais rigoroso do que a divisão que atua por aqui, a LATIN NCAP ou que, por exemplo, o NCAP asiático, que concedeu cinco estrelas ao Honda City.
Além desses itens, ele ainda conta com outros que contribuem para o conforto de quem vai usar o modelo no dia-a-dia, como ar-condicionado automático, bancos em couro, rebatimento elétrico dos retrovisores (muito importante, afinal os retrovisores do modelo são bem grandes), chave presencial com sistema de partida por botão, acendimento automático dos faróis, freio de estacionamento eletrônico e central multimídia de oito polegadas com Android Auto e Apple CarPlay. Fica devendo, nessa versão, o painel digital, que está presente apenas nas versões com motor turbo.
A versão EXL conquistou nota 4.22 (de 5,00 possíveis), de custo benefício, vencendo as outras versões, assim como aconteceu nos outros dois modelos, por uma pequena diferença. O segundo lugar ficou com a Advance, versão turbinada de entrada, com 4,20; o terceiro lugar ficou com a versão de entrada, EX, com 4,17. Por último, apesar de ser a versão mais completa possível, ficou a Touring, com 4,15.
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Referência