O mercado de SUVs compactos é, atualmente, o mais movimentado do setor automotivo brasileiro, e é natural que quem pretende comprar um modelo dessa categoria se sinta perdido dentre a grande variedade de modelos competindo entre si.

A verdade é que, apesar de todo mundo cair na mesma caixinha de “SUV compacto” existem diferentes tamanhos de modelo, e os dois escolhidos para esse comparativo são bem diferentes nesse quesito. Isso começa já na escolha da plataforma, que é algo muito decisivo no resultado de produto final que será obtido em um projeto.

Acontece que o Hyundai Creta usa a mesma plataforma do Elantra, que é um sedã médio da marca coreana que, inclusive, foi vendido no Brasil por muitos anos. É comum que as pessoas pensem que o Creta é o SUV do HB20 assim como o Chevrolet Tracker é o SUV do Onix e o Volkswagen Nivus é o SUV do Polo, mas essa não é a realidade. Ao analisarmos bem, o Creta é, estruturalmente, um modelo diferente e superior ao seu irmão hatch compacto.

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A plataforma de carro médio é um dos diferenciais do Creta na categoria.

O Fastback segue a receita mais convencional de SUVs compactos, tendo sua plataforma derivada da que surgiu no Argo e que também está presente no Pulse. Isso não é, por si só, um demérito, mas explica bem algumas diferenças entre os dois modelos, principalmente em questão de espaço interno e comportamento dinâmico.

Vale lembrar, ainda, que o Hyundai Creta é um velho concorrente do mercado de SUVs compactos, tendo sido lançado em 2016, ano muito importante para o setor por conta do lançamento de diversos modelos como Jeep Renegade, Honda HR-V e Nissan Kicks. Caminhando para sua primeira década de mercado, o coreano sempre foi uma escolha equilibrada e racional, contando com boa lista de equipamentos e bastante confiabilidade mecânica, não tendo qualquer histórico de problemas crônicos que poderiam manchar a imagem do modelo de alguma maneira.

O Fiat Fastback é uma novidade bem mais recente do mercado, apesar de seu lançamento ser uma promessa antiga da marca italiana. Isso porque ele surgiu pela primeira vez no salão do automóvel de 2018, como projeto de um SUV cupê derivado da Toro, chamando muito a atenção da imprensa e do público pela ousadia da Fiat de trazer esse caimento de carroceria para modelos mais baratos, visto que antes ele só era visto em modelos premium como os BMW X4 e X6.

O tempo foi passando e nada da Fiat lançar o modelo, mas isso não significou que as pessoas esqueceram que ele existia. Isso porque a marca italiana fez um excelente trabalho de marketing, mantendo sempre o modelo no radar dos futuros lançamentos do mercado. Para a surpresa de muitos, porém, o carro que foi lançado, no final das contas, era bastante diferente do que foi apresentado em 2018.

Isso porque, nesse meio tempo, a Fiat tomou a decisão de preencher seu portfólio, atendendo uma faixa de preço que não estava sendo explorada, que era a que ficava entre o Cronos e a Toro. O primeiro a surgir foi o Pulse, e depois veio o Fastback, que é, no fim das contas, bem parecido com o Pulse, mas com uma carroceria diferenciada, colocando em prática a ideia da popularização dos SUVs cupês.

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O caimento cupê da carroceria é um dos maiores charmes do Fastback.

Por serem produtos muito novos, a linha Pulse e Fastback estão passando por testes de qualidade mais severos, que não são os promovidos pela montadora antes do lançamento, mas sim os feitos pelos próprios donos. Conforme o modelo vende mais, mais situações vão acontecendo e é atestada a qualidade do produto.

Fato é, porém, que existem alguns relatos de problemas relacionados ao funcionamento dessa nova linha de motores turbinados da linha Fiat/Jeep. Inclusive, no mesmo ano em que foi lançado, o Fastback já passou por um recall para solucionar relacionado à bomba de alta pressão, que poderia não estar devidamente fixada no cabeçote do modelo, oferecendo risco de incêndio. Ainda tiveram os problemas relacionados ao câmbio CVT no Pulse 1.0 Turbo e o consumo excessivo de óleo nos carros equipados com o motor 1.3 Turbo.

Perceba que, apesar de muito tecnológico, o Fastback parece ter uma relação um tanto quanto conturbada quando se pensa em robustez, afinal, esses diversos problemas apresentados pelos modelos equipados com esses novos motores da Fiat colocam alguns pontos de interrogação na cabeça do consumidor em relação à confiabilidade desses modelos.

Mais uma vez, temos situações opostas por aqui. Enquanto o Hyundai Creta é uma compra extremamente segura e racional, o Fastback não passa tanta credibilidade. Essa dualidade vai se repetir frequentemente, e vamos te contar tudo que você precisa saber dos dois modelos.

Desempenho e Consumo do Creta 2024 e Fastback 2024

Esse tópico é bastante destoante entre os dois modelos, mesmo quando analisamos ambos equipados com motorizações similares, que são as 1.0 turbinadas com três cilindros. Por conta de posicionamento de preços, sendo o Creta posicionado como um produto superior, é possível comprar a versão mais equipada do Fastback 1.0 turbo por um pouco a mais do que uma intermediária 1.0 turbo do Creta. Vale lembrar, ainda, que a Fiat oferece versões equipadas com o motor 1.3 turbo no Fastback, assim como a Hyundai conta com o competente 2.0 aspirado nas versões de topo do seu SUV compacto.

As diferenças já começam na potência, uma vez que o Creta conta com 120 cavalos de potência e o Fastback é o mais forte da categoria, com 130 cavalos. Além disso, o modelo da Fiat conta com 20,4 kgfm de torque, quase três quilos a mais do que o Creta e seus 17,5 kgfm. Isso tem um reflexo muito fácil de ser percebido nos números de desempenho.

Enquanto o Creta acelera de 0 a 100 km/h em 11,5 segundos, o Fastback cumpre a mesma tarefa em 9,2 segundos. É impressionante pensar que ambos os modelos são equipados com motorizações tão parecidas em termos de concepção, e ao mesmo tempo tem números tão destoantes, ainda mais se considerarmos que ambos os modelos têm pesos muito parecidos, perto dos 1.250 quilos.

O Creta não é um modelo lento, apesar de que, no uso diário, talvez o motorista sinta falta de um pouco mais de potência. Não será um problema se você costuma dirigir devagar e com calma, mas caso não seja esse o seu caso, provavelmente o Fastback irá te agradar bem mais por conta do desempenho. Em termos de consumo, a situação também é diferente nos modelos, afinal, o Creta é um pouco mais econômico na cidade, situação que se inverte na estrada, ambiente em que o Fastback leva vantagem.

Para deixar tudo mais claro, vamos aos números. Na cidade, o Creta consegue médias de 8,2 km/l com etanol e 12,0 km/l com gasolina, enquanto o Fastback consegue 8,1 km/l com etanol e 11,3 km/l com gasolina. Na estrada, quem leva vantagem é o modelo da Fiat, com médias de 9,7 km/l com etanol e 13,9 km/l com gasolina, melhor do que os 8,9 km/l com etanol e 12,2 km/l com gasolina óbitos pelo Creta.

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O motor 1.0 turbo do Fastback impressiona pelos bons números.

Espaço, conforto e equipamentos do Creta 2024 e Fastback 2024

Quando pensamos em espaço, conforto e equipamentos, temos três tópicos que andam de mãos dadas e contribuem para uma convivência mais agradável entre quem usa o modelo e o próprio carro.

Em questão de espaço, o Creta se faz valer de sua plataforma de carro médio e ostenta um excelente espaço interno, levando vantagem não apenas em comparação ao Fastback, mas também contra praticamente todos os SUVs compactos do mercado. Desde que foi lançado, o modelo foi considerado uma das melhores compras para quem tem família grande, sendo muito mais eficiente em cumprir suas funções de carro espaçoso do que outros concorrentes.

O Fastback tem uma linha de raciocínio muito diferente do Creta. Com sua plataforma derivada do Argo, ele não tem qualquer pretensão de ser grande por dentro, assim tendo seu potencial público alvo um tanto prejudicado. O grande destaque do modelo da Fiat fica por conta do porta-malas, que conta com 516 litros de capacidade, o que foi possibilitado pelo próprio formato da carroceria do modelo. Vale lembrar que esse caimento do teto pode incomodar quem tem maior estatura e senta no banco de trás, coisa que não acontece no Creta, o qual, diga-se de passagem, conta com 422 litros de capacidade de bagageiro. É um bom espaço, mas não atende tão bem quando o Fastback quem precisa de muito espaço no porta-malas.

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Fastback ganha no porta-malas, mas perde muito no espaço interno.

E não é muito difícil pensar em públicos alvo os quais dão mais importância à capacidade de carregar coisas do que ao espaço interno em si. O Fastback é o SUV mais adequado para quem, por exemplo, tem filhos pequenos, o que normalmente significa carregar muitas coisas no porta-malas e não precisar de muito espaço interno, afinal, as perninhas das crianças não irão ficar apertadas no banco, muito menos suas cabeças irão raspar no teto com caimento esportivo. Por outro lado, quem tem filhos maiores precisa, normalmente, de mais espaço e menos bagageiro, tornando o Creta uma opção muito mais interessante que o Fastback.

Em termos de conforto no uso, ambos modelos têm suspensões muito bem adaptadas para nosso país, mas entrar em um Creta ou em um Fastback passa sensações diferentes. A realidade é que o Creta tem um melhor acabamento interno, mais bem feito e com materiais melhores, passando uma sensação de carro superior. Além disso, detalhes como o excelente isolamento acústico do modelo fazem com que essa impressão seja reforçada.

Em termos de acabamento, o Fastback não se diferencia muito de um Argo, o que não é algo totalmente ruim, já que o compacto conta com um dos melhores níveis de acabamento da sua categoria. Por outro lado, por se posicionar como um produto superior, era esperado um pouco mais de esmero da Fiat na qualidade dos materiais e arremates. Além disso, a sensação de andar em um Fastback é bastante diferente de um Creta, por ele ser um carro mais estreito, baixo e esticado, lembrando muito mais um sedã durante o uso do que um SUV propriamente dito.

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O acabamento interno do Creta tem mais qualidade do que do concorrente.

Se o Fastback é menos refinado do que o Creta em termos de construção, ele conta com diversos equipamentos a mais do que o Hyundai. Para se ter uma ideia, para estacionar na sua casa um coreano com o mesmo nível de equipamentos que o italiano em sua versão topo de linha com motor 1.0 aspirado, a Impetus, a versão escolhida precisaria ser ao menos a Platinum Safety, que já custa um valor considerável a mais do que o Fastback. Por conta da proximidade de valor, porém, quem acaba competindo com o modelo da Fiat é a versão Limited Safety.

Apesar de o Fastback levar vantagem em termos de equipamentos de conforto e conveniência, o Creta sempre acaba levando a melhor quando pensamos em segurança. Isso porque, por ser derivado do Argo, o Fastback tem uma limitação estrutural que faz com que ele só possa contar com 4 airbags, o que o coloca atrás do Creta, que conta com seis bolsas em todas as versões da atual geração. Além disso, vale lembrar que o Hyundai conta com freios a disco nas quatro rodas, significando um desempenho melhor dos freios, principalmente em situações de extensa demanda dos mesmos, como uma descida de serra.

Assim, em termos de segurança, o Fastback Impetus conta com quatro airbags, controles eletrônicos de estabilidade e tração, faróis de LED, luzes diurnas em LED, faróis de neblina, alerta de permanência em faixa, sistema de frenagem autônoma urbana, comutação automática dos faróis, alerta de pressão dos pneus e assistente de partida em rampa.

O Creta Limited Safety conta, além dos itens ditos acima, com seis airbags, freios a disco nas quatro rodas, alerta de fadiga do motorista, assistente de permanência em faixa, monitoramento de pedestres e limpador do vidro traseiro. Fica devendo, porém, os faróis de LED, afinal, só conta com faróis halógenos com projetor.

A próxima análise começa pela lista do Creta pelo fato de que o Fastback adicionar algumas coisas à lista. Assim, o Creta Limited Safety conta com a transmissão automática de seis marchas, piloto automático, direção elétrica, ar-condicionado automático, saídas de ar-condicionado e USB para a segunda fileira, ajustes de altura e profundidade do volante revestido em couro, ajuste de altura do banco do motorista, apoio de braço central dianteiro, computador de bordo, sensores de estacionamento traseiros, câmera de ré, vidros elétricos nas quatro portas com função de um toque para subida e descida, para-sóis com espelho e iluminação para motorista e passageiro, volante multifuncional, ajustes elétricos dos retrovisores, rebatimento elétrico dos retrovisores, destravamento interno e remoto do porta-malas, destravamento interno do tanque de combustível, travamento elétrico das portas, alarme, chave presencial com sistema de partida por botão, acendimento automático dos faróis e carregamento por indução.

O Fastback Impetus adiciona, além desses itens ditos acima, bancos em couro, tapetes, sistema de partida remota do motor, sensores de estacionamento dianteiros, retrovisor interno eletrocrômico, limpadores de para-brisas com acionamento automático e freio de estacionamento eletrônico com função auto-hold. Vale lembrar que as rodas do modelo são de 18 polegadas, enquanto no Creta Limited Safety elas contam com 17 polegadas.

Para fechar a lista de equipamentos, o Creta Limited Safety conta com central multimídia de 8 polegadas com rádio, conexão Bluetooth, USB e espelhamento sem fio de Android Auto e Apple CarPlay. O Fastback Impetus conta com essas funções, mas adiciona também o sistema de navegação nativo, além da tela contar com 10,1 polegadas. Ambos contam com painel de controle digital.

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O Fastback Impetus é mais bem equipado do que o Creta Limited Safety.

Qual mais vale a pena?

No final das contas, como dissemos no começo, os dois modelos seguem filosofias muito distintas em termos de produto, apesar de ambos se encaixarem no mesmo segmento de SUVs compactos.

Em termos de pontos positivos, o Hyundai Creta é um carro maior e mais sofisticado, tendo melhor acabamento e espaço interno, além de mais equipamentos de segurança. Vale lembrar, ainda, que o modelo é muito bem visto no mercado de usados por sua confiabilidade.

O Fastback tem um design muito diferente do que se vê em outros modelos do segmento, o que pode ser um ponto positivo ou não, dependendo da opinião pessoal de cada um. Como destaque, temos o desempenho, que é muito bom em ambas as opções de motorizações; a lista de equipamentos é mais completa e o porta-malas é melhor, mas o espaço interno é bastante reduzido. Além disso, os recorrentes problemas apresentados por esses conjuntos turbinados da linha Stellantis deixam o mercado com um pouco de receio de como ele se comportará no futuro, depois de alguns anos de uso, o que pode ser uma variável importante na escolha do seu próximo carro, principalmente se a ideia é ficar muito tempo com ele.

No final das contas, qual você acha que mais combina com você?

Fastback 2024 vs Creta 2024: saiba quem leva a melhor nesse duelo