A Ford causou muita polêmica nos últimos anos ao anunciar que deixaria de produzir carros no Brasil. Assim, fechou as fábricas e tirou de linha modelos como Ka e Ecosport, que eram os mais baratos vendidos pela marca no país. A ideia não partiu da divisão brasileira da marca, mas sim da matriz, e esse processo não aconteceu apenas no Brasil, mas em diversos outros países ao redor do globo.
Isso porque a montadora norte-americana precisa se mexer para melhorar suas contas. A Ford do Brasil, por exemplo, havia fechado vários anos seguidos com resultados negativos, e isso ocorria também em outras filiais. As mudanças fizeram com que a marca virasse uma espécie de importadora, como a CAOA, que trazia de fora modelos da Hyundai como Azera e Santa Fé para vender por aqui. Ao que parece, a estratégia de enxugar os gastos e começar a comercializar apenas os modelos importados deu certo, afinal, no ano de 2022, após vários anos de déficit, a divisão brasileira registrou superávit.
É uma pena que os modelos mais baratos da marca tenham saído de linha, até porque eles eram uma parte importante da história automotiva brasileira. O Ka, por exemplo, ficou mais de duas décadas sendo ofertado por aqui, evoluindo e crescendo de tamanho. O Ecosport foi quem criou a categoria SUV compacto no Brasil, reinou absoluto por vários anos, perdeu espaço para concorrências, ganhou nova geração, brigou bravamente com os novos concorrentes que surgiram e mesmo após a chegada de grandes sucessos de mercado como Jeep Renegade e Honda HR-V, ainda conseguia vender uma quantidade razoável de unidades por mês.
Confira aqui detalhes e concorrentes do Ford Territory 2023!
Se antes tínhamos esses modelos nas categorias de entrada, agora a porta de entrada da Ford no Brasil é a estrela de quem vamos falar hoje, o Territory! Antes de começarmos a falar dele, é importante pontuar que o modelo custa R$219.390, o que nos aponta que ele é um concorrente direto de modelos como Jeep Compass nas versões flex mais equipadas e Diesel de entrada. Além disso, entram na história Toyota Corolla Cross, Volkswagen Taos, Chery Tiggo 8, Kia Niro dentre outros. Talvez olhando para a concorrência, já é possível apontar um bom motivo do porque o Territory tem desempenho ruim em vendas.
Sim, a Ford registrou superávit nas contas em 2022, mas isso não quer dizer nem de longe que todos os seus quatro modelos vendidos por aqui (Ranger, Bronco, Maverick e Territory) consigam vender uma quantidade interessante de unidades mensais. Os dados da FENABRAVE de 2022 nos contam que, somando as vendas dos doze meses do ano, o Territory vendeu apenas 978 unidades. A mero título de comparação, o Compass, líder do segmento, emplacou, no mesmo período de tempo, 63.564 unidades.
Se olharmos o número geral da Ford, a situação não fica menos preocupante, afinal, ela emplacou apenas 3.018 automóveis. Parece realmente que esse não é o principal pilar da marca por aqui, afinal, o maior contingente de veículos vendidos está na categoria dos comerciais leves, quando incluímos ela na equação, incluímos as vendas da Ranger e da van Transit, o que deixa a situação mais confortável. As vendas totais da marca, somando as duas categorias, chegam ao valor de 20.824 unidades.
Voltando a falar sobre o Territory, é fato que ele nunca fez muito sucesso no Brasil. Quando chegou por aqui, em 2020, foi bastante criticado, inclusive, por se posicionar onde antes tínhamos o Fusion, apesar de ser um produto de nível dado como inferior ao do sedã, afinal, ao colocar ambos modelos em uma comparação, a vantagem do sedan era clara, e isso sem levar em conta que ele possuía muitos fãs, o que intensificou as críticas ao SUV.
Apesar disso, se olharmos o modelo individualmente, ele não é ruim, muito pelo contrário. O estilo agrada, o espaço e a lista de equipamentos são bons, inclusive contando com os sistemas de condução semiautônoma, que não estão presentes, por exemplo, em todas as versões do Compass, mas só nas equipadas com pacotes de itens opcionais, disponíveis para as versões Longitude e Limited (flex ou diesel) e Trailhawk (diesel).
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Apesar dos atributos, é difícil fazer frente ao sucesso que o modelo da Jeep faz no mercado desde que foi lançado por aqui, em 2017, e o Territory, mesmo tendo chegado depois, rapidamente foi colocado de lado e, provavelmente, por conta do mal entendimento de muitas pessoas sobre a Ford ter parado de fabricar modelos por aqui, mas não ter deixado de vender os importados, muitas pessoas nem saibam que o Territory ainda é comercializado novo.
Vamos te explicar os detalhes do Ford Territory 2023 e o que ele oferece ao comprador e te contar, no final, se ele vale a pena! E não se esqueça que se você quiser encontrar seu Fort Territory pelo menor preço, ou qualquer outro modelo, não deixe de conhecer o nosso serviço de negociação. Já pensou economizar até R$ 10.000 na compra do seu próximo carro zero? Você conta pra gente qual carro procura e nós negociamos em sua região!
Ford Territory 2023
| Versão | Preço de Tabela da Ford | |
|---|---|---|
| Territory Titanium 1.5 Turbo Gasolina Automática | R$ 219.390 |
Desempenho e consumo da Territory 2023
Uma das maiores críticas feitas ao modelo é referente a esse tópico. O motor é um 1.5 Turbo EcoBoost, mesma família que equipava o Fusion por aqui e equipa modelos como o Mustang de entrada nos EUA. O problema principal é que os exemplos dados contam com motor 2.0 Turbo, com cerca de 240 cavalos de potência, o que garante um desempenho bom, coisa que não acontece no Territory, que conta com câmbio automático do tipo CVT.
A potência presente no 1.5 EcoBoost não é ruim, estando próxima, por exemplo, dos motores 1.4 TSI da Volkswagen e 1.4 Turbo da Chevrolet, apesar de ter alguns quilos de torque a menos que esses outros motores. Vamos aos números: são 150 cavalos de potência e 22,9 kgfm de torque. De fato não são números ruins, mas a situação fica crítica quando olhamos para o peso do modelo, que é de 1.632 kg. Isso faz com que ele acelere de 0 a 100 km/h em lentos 11,8 segundos, desempenho pior do que praticamente todos os concorrentes, tirando as versões híbridas do Corolla Cross.
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Mais algumas considerações a serem feitas talvez sirvam de explicação para o motivo de tantas reclamações em relação ao desempenho do SUV lançado em 2020. Primeiro, ele foi colocado, dentro do portfólio da Ford, no lugar que era ocupado pelo Fusion, o qual possuía o motor 2.0 EcoBoost de 248 cavalos de potência e fazia de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos. Ou seja, houve uma queda significativa no quesito desempenho!
Em segundo lugar, apesar do turbo, o motor tem menos potência e praticamente o mesmo torque que o motor 2.0 aspirado que equipava o Focus! Apesar de aquele motor ser um ponto fora da curva dos aspirados vendidos por aqui, sendo consideravelmente mais potente do que seus concorrentes, é estranho que a Ford tenha lançado um motor mais moderno, sobrealimentado, e mais fraco do que um mais antigo. No Focus, eram 178 cavalos de potência e 22,5 kgfm de torque!
Em terceiro, mas não menos importante, apesar de terem havido perdas em relação ao desempenho, era esperado que pelo menos o consumo do modelo fosse bom, por conta do motor pequeno com turbo, mas não é o que acontece. Por conta do peso e da falta de potência e torque, o motor 1.5 Turbo movido somente a gasolina sofre para mover o Territory e o consumo fica em 9,2 km/l na cidade e 10,0 km/l na estrada.
Para se ter uma ideia, o Jeep Compass é equipado com motor 1.3 Turbo Flex de 185 cavalos de potência, 27,5 kgfm de torque e acelera de 0 a 100 km/h em 9,4 segundos. Além do desempenho muito melhor, ainda é mais econômico: na gasolina, consegue médias de 10,2 km/l na cidade e 11,7 km/l na estrada. Chery Tiggo 8 Max Drive conta com 187 cavalos no motor 1.6 Turbo, acelera de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos e faz médias de 10,1 km/l na cidade e 12,0 km/l na estrada com gasolina. Se cabe mais um exemplo, o Kia Niro conta com conjunto híbrido composto pelo motor 1.6 aspirado, o mesmo que equipa o Hyundai HB20, e motor elétrico, que geram, em conjunto, 141 cavalos. Isso faz o modelo acelerar de 0 a 100 km/h em 10,4 segundos e conseguir médias de consumo de incríveis 19,8 km/l na cidade e 17,7 km/l na estrada!
Confira aqui detalhes e concorrentes do Ford Territory 2023!
É fato que o Ford Territory, no quesito desempenho e consumo, fica muito atrás dos concorrentes. Talvez isso não fosse um grande diferencial por ele ser muito bem equipado, mas outros concorrentes são tão completos quanto ele, como o Chery Tiggo 8, e possuem consumo e desempenho mais condizentes com o preço pago por eles.
Espaço e conforto da Territory 2023
Como já pontuamos, o Ford Territory é bem equipado, mas não especificamos o que ele traz de série. Antes de contarmos, precisamos falar sobre alguns outros aspectos do modelo, como o fato de o acabamento ser o melhor dentro da categoria! Quem levar o Territory para casa estará muito bem servido nesse quesito, inclusive com apliques de madeira nas portas, combinação de materiais agradáveis ao toque e couro de tonalidade clara. Além disso, o espaço interno para os passageiros é excelente e três adultos viajam no banco de trás com muito conforto para as pernas, ombros e cabeça.
Ao contrário do espaço para os passageiros, o porta-malas é pequeno para o porte do carro, mostrando uma opção feita pela Ford, afinal, seria possível reduzir um pouco o grande espaço para pernas que o modelo oferece em favor de um bagageiro maior, que conta com apenas 348 litros de capacidade.
Quanto aos equipamentos de segurança, o modelo conta com seis airbags, controles de estabilidade e tração, faróis de LED, luzes diurnas em LED, faróis de neblina, assistente de permanência em faixa, alerta de colisão frontal, frenagem autônoma, alerta de ponto cego e limpador do vidro traseiro.
Confira aqui detalhes e concorrentes do Ford Territory 2023!
O conforto dele é garantido pela transmissão automática, piloto automático adaptativo, direção elétrica, vidros, travas e retrovisores elétricos, para-sol com espelho e iluminação para motorista e passageiro, ar-condicionado digital e automático, ajuste elétrico do banco do motorista, aquecimento e resfriamento dos bancos dianteiros, bancos em couro, descansa braço central, teto solar panorâmico, rebatimento elétrico dos retrovisores, retrovisor interno eletrocrômico, destravamento interno e remoto do porta-malas, abertura interna do tanque de combustível, alarme, chave presencial com sistema de partida por botão e acionamento remoto do motor, limpador de parabrisas automático, acendimento automático dos faróis, computador de bordo, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, câmera 360º e sistema de estacionamento automático.
Fecham os itens de série do modelo os equipamentos de conectividade, dados pela central multimídia de 10,1 polegadas com rádio, conexão bluetooth, USB e espelhamento de celulares; e painel totalmente digital.
Mas e agora, vale mesmo a pena?
Analisando bem o Ford Territory, ele parece bastante uma versão mais premium do que era o Jeep Renegade quando surgiu por aqui, equipado com motor 1.8 aspirado. Existem diversas semelhanças nos modelos, como o porte avantajado, bons equipamentos e acabamento interno, a falta de espaço no bagageiro e o motor fraco para o modelo e o consumo elevado.
O público dos modelos parece ser semelhante também, afinal, nem todo mundo se importa com o desempenho e está levando em conta outros fatores ao decidir qual carro levar para casa. No caso desse consumidor, ele estará muito bem servido, levando para casa um carro muito completo, bonito e tecnológico.
Apesar disso, existem concorrentes como o Tiggo 8 que possuem todos os atributos que poderiam tornar o Territory uma boa compra, mas também oferece sete lugares; na configuração da terceira fileira de bancos rebatida ele conta com um porta-malas de 889 litros de capacidade; e o desempenho e consumo são muito melhores.
Resumidamente, o Territory não é um produto ruim, dependendo do que o comprador está buscando, mas definitivamente não é o melhor custo-benefício da categoria. Se você comprar ele sabendo dos pontos positivos e negativos, porém, não se surpreendeu negativamente e provavelmente vai ser bem feliz com seu carro novo!
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Referência
