Atualizado em 06/12/2023

A Fiat é uma das montadoras mais conhecidas do país. É bastante difícil que você não conheça ninguém que é ou já foi proprietário de um modelo da marca e, se você não conhece, é bem provável que essa pessoa seja você.

Isso porque desde a época do Uno, a marca italiana sempre foi uma gigante no setor de carros de entrada. Além do Uno, suas variações perua e sedã, a Fiat também foi responsável por outro grande sucesso de vendas, que foi a linha Palio, que também incluía versões com carroceria perua e sedã.

São mais de 30 anos de participação em peso no mercado, o que é um tempo considerável, ainda mais considerando que ela chegou ao país em 1976. Claro que, se fizermos a conta, teremos uma história, total, de quase meia década, mas se pensarmos que a Chevrolet chegou ao Brasil em 1925, isso coloca esse tempo em outra perspectiva.

Por outro lado, nesses muitos anos de mercado, fez muita diferença o peso que a montadora tem no mercado de modelos mais baratos, o que possibilitou uma imensa popularização da marca e é por isso que podemos dizer que provavelmente você conhece alguém que tem ou já teve um Fiat na garagem. Por outro lado, essa boa imagem da marca com relação a modelos mais baratos faz com que modelos mais caros sofram um pouco no mercado.

Isso aconteceu, mais recentemente, com a Renault. A marca, que vendia modelos mais sofisticados, trouxe para cá a linha derivada da Dacia e fez muito sucesso pela sua robustez, baixo custo e facilidade de manutenção. Por outro lado, os produtos mais caros da marca, como o Fluence e o Captur, sofreram muito com isso por a marca ter ficado conhecida por aqueles modelos mais simples, o que foge da proposta desses outros modelos, que eram projetos originais da Renault, e não da subsidiária romena.

Na Fiat isso aconteceu por muitos anos, parte por descuido da marca e parte por ela ser conhecida pelos seus modelos mais simples. É fato, porém, que não faltaram tentativas da marca de vender modelos mais completos, como foi o caso do Tempra, do Tipo, do Brava, do Marea, do Stilo e do Bravo. Muitos desses modelos traziam algum tipo de inovação para a época, como o Tempra com seu motor 2.0 turbo, coisa que se vê muito hoje em dia, mas era totalmente incomum 30 anos atrás, ou a rara versão Sedicivalvole do Tipo, que acelerava de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos, ou ainda, quem sabe, o Marea e seu motor de cinco cilindros.

É fato que, na época, esses motores eram muito modernos para o mercado brasileiro e mantê-los em bom funcionamento era muito difícil, isso porque os mecânicos, no geral, não sabiam como mexer nos modelos. Pense que era uma época de recém abertura do mercado nacional às importações, e até então os profissionais só tinham que mexer em motores muito simples e conhecidos, como os da Chevrolet.

Isso fez com que esses modelos italianos ganhassem certa má fama no mercado, por conta da manutenção acumulada ou mal feita que eles juntavam. Ao mesmo tempo, porém, também colecionaram uma legião de fãs por conta de suas inovações tecnológicas e peculiaridades desses modelos. No final das contas, não existe um apaixonado por carros que não admire o ronco do motor de um cinco cilindros italiano.

Voltando ao tópico, a Fiat sempre teve maior notoriedade no que se refere a modelos mais baratos, e isso continua sendo um fato. É claro que falar que existe um carro novo barato, atualmente, no Brasil, soa como uma piada. O correto, ao menos atualmente, é dizer que são carros de entrada.

Independentemente disso, a Fiat ainda tem muito apelo nesse setor de modelos novos de entrada, e hoje vamos te apresentar os cinco modelos mais baratos, ou quem sabe menos caros, da linha Fiat, partindo do mais em conta.

Fiat Mobi

Mobi

Desde que foi lançado, o Mobi é o carro mais barato da linha da Fiat, e chegou com a difícil tarefa de ocupar o espaço do Uno, o que podemos até considerar que tenha sido uma tarefa cumprida com sucesso, ao menos em parte. Isso porque o modelo não vende tanto quanto o veterano vendia, mas tem bons números, além de herdar toda a robustez do irmão mais velho.

Se antigamente o Mobi tinha versões mais equipadas, inclusive chegando a contar com o motor 1.0 três cilindros do Argo, que garantia um excelente desempenho ao Mobi, por conta do peso; atualmente ele só oferece o antigo propulsor 1.0 quatro cilindros “fire”. Talvez esse nome te desperte lembranças, mas caso isso não ocorra, vale lembrar que é o mesmo motor que equipava o Palio e o Uno duas décadas atrás. Sem nenhum problema crônico e de manutenção extremamente simples e barata, modelos equipados com esse motor costumam fazer muito sucesso com quem quer rodar gastando pouco com essa questão.

Por ser um motor antigo, porém, o consumo não é tão bom, o que foge um pouco da proposta de ser um carro econômico. Por outro lado, não é como se o modelo fosse o fim do mundo em termos de gasto de combustível. No geral, ele é um modelo bastante equilibrado e faz sucesso justamente por isso, atendendo bem ao que se propõe a fazer, que é ser um carro totalmente urbano. Vale lembrar, ainda, que o espaço interno é bastante pequeno e o porta-malas é quase um porta-luvas.

Vendido em duas versões, uma mais crua e outra equipada com poucos mimos a mais, como a central multimídia, o modelo é uma das opções mais baratas de carro zero quilômetro do mercado, atualmente. Apesar de menos equipado que o concorrente Renault Kwid, o modelo é mais agradável para quem conduz, culpa do acerto de suspensão da Fiat, que é mestre nesse tipo de ajuste para o solo brasileiro.

Fiat Argo

Argo

O Argo chegou ao mercado com uma difícil missão, que era a de substituir três modelos no país, que eram o Palio, o Punto e o Bravo. É fato que, na linha da Fiat, esses três modelos se misturavam, principalmente quando se pensa no Palio e no Punto, visto que ambos eram compactos, sendo o Punto posicionado como compacto premium.

Considerando que o Argo também era um compacto, até fazia mais sentido que ocupasse o espaço dos compactos, mas quem procurava o Bravo, que é um hatch médio, não tinha olhos para o Argo, mesmo que ele não fosse um produto ruim. No final das contas, não fazia muito sentido tentar fazer o Argo ocupar esse espaço que antes era do Bravo, até porque o segmento de hatchs médios no Brasil ia de mal a pior.

Assim, se antes existiam versões mais equipadas do Argo, inclusive com motor 1.8 aspirado e câmbio automático de seis marchas, mesmo conjunto que equipava o Jeep Renegade na época, hoje em dia a situação é um pouco diferente, até mesmo por conta da construção do portfólio da marca.

Isso porque, atualmente, quem ocupa esse espaço, pelo menos em termos de preço, que antes era do Bravo, é o Pulse. O Argo perdeu um pouco do seu status e foi reposicionado, inclusive ficando um pouco abaixo dos concorrentes, resultado do projeto um pouco ultrapassado.

Se antes o modelo contava com três opções de motores, hoje temos apenas dois. Dizem as más línguas, porém, que os conjuntos que sobraram são os que mais combinam com o Argo, e que as antigas versões 1.8 não eram tão acertadas. A proposta do compacto é ser econômico, e isso ele cumpre com muita eficiência, tendo motorização 1.0 de três cilindros ou 1.3 com quatro cilindros. Vale ressaltar que ambos os motores tem construção semelhante e compartilham muitas peças, sendo a maior diferença que o de maior litragem tem um cilindro a mais.

Os motores são bastante robustos e tecnológicos, garantindo um bom consumo e um desempenho apenas razoável. É fato que não é o foco do modelo andar rápido, e se quem comprar um Argo mantiver isso em mente, provavelmente não encontrará problemas. Vendido em cinco versões, o modelo se posiciona, no geral, um pouco abaixo dos concorrentes como Chevrolet Onix e Hyundai HB20, apostando no custo-benefício, e isso tem dado resultados para o modelo, que vende muito bem, mesmo sem grandes mudanças desde seu lançamento, em 2017.

Vale lembrar, ainda, que ele é um dos modelos automáticos mais baratos do mercado, disputando com modelos como Toyota Yaris e o primo Citroën C3.

Fiat Cronos

Cronos

O Cronos, apesar de ser o sedã do Argo, não enfrentou uma tarefa tão pesada quanto seu irmão. Isso porque, no geral, a Fiat nunca conseguiu se estabelecer no mercado de sedã mais caros. Por conta de alguns problemas relacionados aos antigos Tempra e, posteriormente, ao Marea, a marca italiana ficou um pouco de lado nesse tipo de mercado.

Assim, o grande papel do Cronos foi substituir o Grand Siena, que conviveu por algum tempo com ele sendo vendido em suas versões mais baratas com motor 1.0. Isso foi um dos motivos de, por anos, o Cronos contar, já em sua versão de entrada, com o motor 1.3, enquanto as versões mais caras contavam com o 1.8. Apesar desse motor maior não ser um primor de desempenho, mesmo com os bons números, ele era bem vindo no sedã, principalmente por ele ser comumente usado carregado com pessoas e malas e, assim, o maior torque garantia mais segurança em ultrapassagens na estrada.

Infelizmente, hoje em dia, o motor deu adeus ao mercado, e o Cronos não recebeu, pelo menos até agora, uma opção com o 1.0 turbo. Assim, atualmente, o propulsor mais forte a equipar o modelo é o 1.3 aspirado, que não é, como já foi dito quando falamos do Argo, incrível no quesito desempenho, apesar de brilhar no consumo.

Falta um pouco de força ao modelo, mesmo quando carregado, mas não é o fim do mundo, e nem como se você estivesse dirigindo um 1.0 aspirado. Por outro lado, também, quem já conduziu um modelo turbinado nota a diferença rapidamente, afinal, as respostas são mais lentas e monótonas, com o pico de torque em rotação mais elevada, como é comum em motores aspirados.

Em termos de espaço interno, que é o que ele se propõe a fazer, ele vai muito bem. Além disso, o porta-malas é um dos maiores da categoria, o que o faz ser uma ótima pedida para quem tem família grande. Fato é que o modelo chegou para substituir o Grand Siena e, assim, precisava manter esse tipo de característica, que era conhecida do antigo compacto da Fiat. Assim como o Argo, o Cronos também é um dos modelos mais baratos do mercado a oferecer o câmbio automático.

Fiat Strada

Strada

A Strada é o utilitário mais vendido do país já faz muitos anos, e ultimamente ela assumiu o posto de veículo mais vendido, ultrapassando os modelos de passeio. Isso aconteceu justamente pelo fato de a caminhonete ter se tornado, em parte, um veículo de passeio.

Se antes não era comum ver uma Strada bem conservada e que não tivesse sido usada para o trabalho, hoje em dia a situação é bem diferente, e não faltam por aí Stradas com alguns anos de uso apenas para o lazer e que nunca carregarem peso na caçamba. Além disso, mudanças implementadas pela própria Fiat na picape, como a adoção da cabine dupla, tornaram a picape muito mais prática para quem precisa carregar coisas no trabalho e carregar a família, tudo no mesmo carro.

Essa questão da cabine dupla é um dos exemplos que explicam o porquê de a picape sempre ter sido a líder do mercado. A verdade é que a Fiat sempre tomou a dianteira no setor, e a Strada sempre foi a picape a ser batida pelas concorrentes, como a Volkswagen Saveiro.

Ela foi a primeira a trazer a possibilidade da cabine estendida para os segmento, assim como foi a primeira a oferecer uma segunda fileira de bancos, mesmo que a adaptação tenha grandes familiaridades com aqueles projetos de picapes de cabine dupla adaptadas dos anos 1980, que apesar de funcionais, tinham um estilo muito singular.

Se você pensa apenas em trabalho, a Strada atende muito bem vários setores, os quais não demandam uma caminhonete média. Em questão de lazer, ela não é tão funcional assim, tendo pouco espaço interno e lista de equipamentos escassa. O trunfo dela é juntar esses dois mundos, cumprindo os requisitos com mais ou menos mérito, mas marcando todos eles com um check positivo. Por outro lado, se você quer um modelo exclusivamente para o lazer, mas não vai usar para trabalho nem carregar coisas grandes com uma prancha de surf ou algo assim, então comprar uma Strada não faz muito sentido. Melhor seria comprar um sedã compacto como Honda City ou Volkswagen Virtus ou, quem sabe, um SUV compacto como Hyundai Creta ou Fiat Fastback.

Todos esses modelos são melhores no quesito conforto, e seriam uma melhor escolha de uso para lazer. Porém existe um grande público que precisa de um modelo para cumprir todas as demandas, tanto de trabalho quanto na vida pessoal, e é nisso que a Strada se destaca. As outras concorrentes parecem, pelo menos por agora, terem desistido de enfrentar a picape italiana, o que é até compreensível, dado o histórico de domínio da marca no segmento.

A Volkswagen Saveiro parou no tempo e conta, até hoje, com a mesma solução de cabine dupla com apenas duas portas e um espaço interno terrível, além do design único e não muito apetecível aos gostos do público. Outro modelo que concorreu por muitos anos no segmento foi a Chevrolet Montana, que havia saído de linha há alguns anos e voltou totalmente renovada, baseada no Tracker e posicionada acima da Strada, apostando na ideia de conquistar os clientes pela praticidade da caçamba e a usabilidade de um carro, e sem qualquer pretensão de ser um veículo de trabalho.

Equipada com dois motores, a Strada atende muito bem uma vasta gama de clientes. As versões mais baratas contam com o mesmo 1.3 do Argo e do Cronos, inclusive contando com opção de câmbio automático, assim como nos irmãos. A novidade recente foi o motor 1.0 turbo, mesmo do Pulse do Fastback, que chegou na linha da Strada para solucionar o problema da falta de força da picape, que sofre um pouco quando equipada com o motor 1.3.

A tendência, pelo menos num futuro próximo, é que a picape continue dominando o mercado sem grandes dificuldades, afinal, ela só tem uma concorrente, a qual está bem ultrapassada e não tem muito apelo além do da versão de entrada, que tem um motor um pouco mais forte que o da Strada de entrada, perdendo, porém, em praticamente todos os outros quesitos comparáveis entre as duas.

Fiat Pulse

Pulse

O Pulse foi um dos lançamentos mais recentes da Fiat, e chegou para representar a Fiat em um dos segmentos mais competitivos do mercado, que é o de SUVs compactos. Além disso, ele ficou responsável por ocupar o grande vão de preço que existia entre o Fiat Cronos e a Fiat Toro, espaço que, hoje, divide com o irmão (um pouco) maior, Fiat Fastback.

Como a Fiat não tem um bom desempenho quando se pensa em carros mais caros, principalmente no mercado de médios, existia uma certa dúvida a respeito de se o resultado das vendas do Pulse seria bom ou não, e até por esse motivo o modelo chegou antes do irmão Fastback, apesar de o SUV cupê ter sido anunciado pela primeira vez em 2018, bem antes do lançamento do Pulse, que chegou ao mercado em 2021. Para a alegria da Fiat e tristeza dos concorrentes, o modelo foi um grande sucesso.

Claro que isso foi, em grande parte, mérito da Fiat, que, tendo muita experiência no mercado, projetou um modelo que atendesse as maiores demandas de muitos consumidores. Além disso, o modelo chegou com um preço super competitivo, o que causou uma excelente primeira impressão nos consumidores, no sentido de o modelo parecer um excelente custo-benefício.

Após algum tempo no mercado, os preços do modelo começaram a subir, até que se estabeleceram no patamar que a Fiat pretendia, que é a parte mais barata do segmento de SUVs compactos. Vale lembrar que esse nicho do mercado é muito vasto e abrange uma faixa de preço bastante elástica, indo desde o Pulse até modelos como o Honda HR-V, que é um modelo bem maior que o Pulse, mas acaba na mesma caixa de compacto.

Até hoje o Pulse continua fazendo muito sucesso, e algumas criticas feitas ao modelo se mostraram, no final das contas, até sendo um argumento de compra dos consumidores. A primeira é a mais clara e fica nítida quando se olha para o modelo com atenção, que é a questão de que ele é um pouco menor do que se espera quando se pensa em um SUV, mesmo que compacto.

A realidade é que ele não é muito maior que um Argo, mas seu design invocado e alto faz com que ele pareça maior. No uso diário, porém, ele não é muito diferente de um compacto mais alto, o que agrada quem quer um modelo estiloso e mais alto, mas não quer andar por aí dirigindo um carro muito grande. Além disso, a questão do espaço interno entra nesse mesmo quesito, afinal, nem todo mundo precisa de espaço. Existe uma parcela considerável de pessoas que utilizam o carro sozinhas, e para essas pessoas, às vezes é mais vantajoso levar para casa um modelo menor.

Outra questão que foi alvo de críticas foi o motor 1.3, que é um pouco fraco para o modelo, mas essa escolha da Fiat tem um outro lado muito interessante, que é a economia de combustível. Muitas pessoas usam o modelo praticamente o tempo todo em ciclo urbano, situação essa na qual não precisam de um motor mais forte, porém priorizam o consumo de combustível. Para esses clientes, o Pulse é excelente, e os números de vendas mostram que existe uma demanda muito grande por esse tipo de modelo, afinal, as versões equipadas com o motor 1.3 ficaram meses em falta quando o modelo foi lançado, com listas de espera gigantes.

Apesar de o modelo ser, no geral, uma boa compra, vale ressaltar um ponto importante, que é o fato de que algumas das unidades do modelo apresentaram problemas na transmissão CVT, quando atrelada ao motor 1.0 turbo, coisa que não aconteceu quando o modelo é 1.3 aspirado. Apesar de não ser uma questão recorrente, tendo abatido uma quantidade percentualmente bem baixa dos modelos, em comparação com o total de unidades produzidas; vale o ressalto, principalmente se a ideia é comprar um Pulse turbo automático usado, pois esses problemas foram bem mais frequentes nas unidades vendidas inicialmente. Fique de olho, também, no consumo de óleo desses modelos turbinados, não só do Pulse e do Fastback, mas também da Toro e dos modelos da linha Jeep, que possuem um consumo um pouco maior desse fluido.

Os 5 carros mais baratos da Fiat