Atualizado em 12/12/2023

Em termos de horizonte de tempo, a Hyundai não é uma das empresas veteranas no Brasil. Diferentemente de montadoras como a Chevrolet, que chegou ao país em 1925, e a Ford, que chegou em 1919, a Hyundai chegou pela primeira vez por aqui em 1995.

Saber dessa informação é interessante pelo fato de que a Hyundai tem uma trajetória muito interessante no mercado brasileiro, se tornando uma das maiores montadoras do país em um período de tempo não muito grande. Principalmente de 1995 até 1999 a marca sofreu muito no mercado, como todas as novatas no país sofrem, mas novos ares sopraram quando a empresa se juntou com a CAOA.

Para quem não sabe, a CAOA é uma importadora brasileira, a qual, atualmente, é detentora dos direitos de importação da Hyundai. Ainda, a marca é a responsável pela representação da Subaru e é dona de 50% da operação da Chery no Brasil. Essa parceria da Hyundai com a importadora brasileira foi o primeiro passo para a edificação de uma gigante do setor automotivo nacional, como a Hyundai é hoje.

Essa união começou a render frutos, principalmente, após a CAOA começar a importar as primeiras unidades do Tucson, em 2005, modelo esse que fez muito sucesso e, inclusive, foi vendido no mercado nacional até 2018. Por conta da política agressiva de preços que a CAOA Hyundai praticava nos seus modelos, o SUV médio custava um preço bastante próximo do que a Ford cobrava no EcoSport, que era um SUV compacto. Esse ótimo custo-benefício do Tucson começou a edificar a boa imagem que a Hyundai tem no mercado hoje em dia.

Com o passar dos anos, outros exemplos como esse foram surgindo. Podemos citar o Azera, sedã grande com motor de mais de 240 cavalos de potência que custava preço próximo de sedãs médios como Toyota Corolla e Honda Civic, os quais, na época, contavam como motores 1.8 de cerca de 140 cavalos. Ainda, existia a Santa Fé, que era um SUV grande com motor V6,tração integral e sete lugares, e custava preços parecidos com SUVs como Honda CR-V e Toyota RAV4, modelos bem menores.

Todos esses modelos foram responsáveis pela construção da imagem da Hyundai no mercado nacional como uma marca com bom custo-benefício, oferecendo modelos muito bons por preços atrativos. Esse foi um fator importante no sucesso que o lançamento do HB20 fez nos anos seguintes, repetido (dadas as devidas proporções) pelo Creta.

Esses novos modelos nacionais são vendidos pela própria Hyundai, sem participação da CAOA, a qual é responsável pela linha de importados. Ocorreram diversos conflitos entre as duas empresas nos últimos anos por conta de a Hyundai querer os direitos de importação dos seus produtos para ela e se desvencilhar da CAOA, mas até agora o que a empresa coreana conseguiu fazer foi produzir seus modelos no Brasil, driblando a importadora.

Essa incerteza e conflitos fizeram a CAOA buscar novas oportunidades, e foi nesse contexto que ela adquiriu 50% da operação da chinesa Chery, com a ideia de fazer algo parecido com o que eles fizeram com a Hyundai. As estratégias foram as mesmas, inclusive, com políticas de preço agressivas e muito marketing. Apenas recentemente a CAOA voltou a dar atenção aos importados da Hyundai, e esse ano trouxeram tanto o Kona quanto o IONIQ, híbridos que fizeram bastante sucesso no exterior, mas já contam com novas gerações lá fora.

Assim, a lista dos cinco modelos mais baratos da marca Hyundai no Brasil inclui tanto os que têm a venda sob responsabilidade da Hyundai quanto da CAOA. Vamos te contar um pouco sobre cada um deles para te ajudar na decisão de qual comprar.

Hyundai HB20

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O HB20 é o maior sucesso da Hyundai no Brasil, e se aproveitou muito da boa fama que a marca conseguiu após muitos anos vendendo seus modelos importados com ótima qualidade e nível de equipamentos por preços bastante atrativos, construindo uma imagem de marca com bom custo-benefício. O fato do HB20 se aproveitar dessa fama não tira seu mérito, afinal, o modelo sempre foi muito competitivo na sua categoria e figura, desde que foi lançado, no pódio dos modelos mais vendidos da categoria.

Isso porque ele sempre teve muitos atrativos. Quando chegou ao mercado nacional, o fenômeno das montadoras chinesas como Jac e Chery já havia acontecido, e isso fez com que os compactos já contassem com um nível de equipamentos mais elevado, como era o caso do HB20. É muito raro encontrar um HB20 que não conte com itens como vidros elétricos pelo menos nas portas da frente e ar-condicionado, visto que praticamente todas as versões do modelo sempre contaram com esses itens e não custavam tão mais caro, afinal, o modelo já foi projetado pensando que ofereceria esses itens.

O modelo foi um dos pioneiros em trazer para o país a tecnologia de motores de três cilindros, que possibilitam melhor consumo de combustível e números de potência, o que o diferenciava bastante dos concorrentes na época do lançamento. Com o passar do tempo, cada montadora desenvolveu seu próprio motor com três cilindros, inclusive criando variações turbinadas deles, como é o caso da Chevrolet e da própria Hyundai.

De qualquer maneira, o HB20 sempre vendeu muito bem e, depois de muitos anos de mercado, conseguiu assumir a primeira posição no ranking de carros mais vendidos do país, desbancando o rival Chevrolet Onix, o qual estava sofrendo bastante com a crise de componentes. Esse bom nível de vendas deriva do fato de ele ser, no geral, um carro muito equilibrado.

Oferecendo, atualmente, duas opções de motores, tendo como diferença apenas que um é aspirado e o outro é turbo. Por outro lado, ambos se tratam de um propulsor 1.0 de três cilindros. Existem opções de câmbio manual com cinco marchas para as versões aspiradas e seis para a turbinada manual, além do conhecido automático de seis marchas para as versões turbinadas.

Fique atento com o espaço interno do modelo, que é bem pequeno. Apesar de ele ter sido muito atualizado ao longo dos anos em termos de equipamentos e visual, o modelo não passou por mudanças estruturais, ainda mantendo um tamanho próximo do que tinha quando foi lançado em 2012, o que resulta em um espaço interno um pouco pequeno, típico dos carros daquela época. Modelos mais recentes como o Chevrolet Onix ou o Volkswagen Polo abrigam melhor os passageiros no banco de trás, mas se isso não é uma questão para você, o HB20 com certeza vai atender muito bem.

Hyundai HB20S

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O HB20S é um caso curioso dentro da categoria de sedãs compactos. Isso porque o modelo não tem tanto apelo com o público que consome esse tipo de veículo, como o seu irmão hatch tem com os seus potenciais clientes.

Pense que se alguém vai comprar um hatch compacto, pode ser que ela tenha família e precise de um espaço interno um pouco maior, mas na maior parte das vezes, quem procura esse tipo de veículo não tem como prioridade esse tópico. Até porque, se tivesse, ele levaria para casa algum sedã compacto, já que esses modelos são, normalmente, maiores do que suas configurações hatches.

Assim, o HB20S ser apertado por dentro não é um grande obstáculo a ser vencido na hora de vender o modelo. Por outro lado, quem pensa em comprar um sedã compacto é quem precisa de espaço interno e porta-malas, seja por conta de família ou trabalho. Nesse caso, então, o modelo precisa oferecer esses atributos e, além deles, tem mais outros chamarizes que convençam as pessoas a levar eles para casa. Um exemplo é o Chevrolet Onix Plus, que além de espaçoso, oferece, nas versões mais completas, tecnologias como chave presencial e sistema de estacionamento automático; ou o Volkswagen Virtus, que além de espaçoso, ainda conta com piloto automático adaptativo e faróis de LED.

O HB20S tem muitos atrativos frente aos concorrentes. O motor turbinado tem bom desempenho e consumo, além de trabalhar muito bem com o câmbio automático. As versões aspiradas também têm desempenho razoável, mas também oferecem bom consumo. Além disso, quem entra no HB20S depois de visitar uma concessionária concorrente fica com a impressão de que está dentro de um modelo mais caro por conta do maior espero com o acabamento e isolamento acústico. Por outro lado, falha em um requisito básico de um sedã familiar, que é ser espaçoso.

No final das contas, ter tantos atrativos e qualidades positivas vai por água abaixo para muitos clientes quando levamos isso em consideração. Se a pessoa precisa do espaço, é melhor ir para um concorrente, e se não precisa de espaço e gostou do HB20S, não tem muita lógica pagar mais caro no sedã sendo que o HB20 hatch atenderia muito bem e custa menos dinheiro.

A lógica das pessoas não parece ser a mesma apontada acima, afinal, o modelo ocupa o segundo lugar no ranking de sedãs compactos mais vendidos, ficando apenas atrás do Chevrolet Onix Plus, o qual tem uma vantagem gigantesca de unidades vendidas frente aos concorrentes. No final das contas, apesar de não ser o sedã compacto mais racional, ele tem muitos atributos que conseguem conquistar quem pensa em levar para casa um modelo da categoria.

Hyundai Creta

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O Creta é o modelo nacional mais caro vendido pela Hyundai, e que não tem influência da CAOA. Produzido no Brasil, assim como seus irmãos HB20 e HB20S, ele fez muito sucesso desde que foi lançado e tem alguns diferenciais que o tornam muito interessante frente aos seus rivais.

Acontece que normalmente SUVs compactos são derivados de modelos compactos. Acontece, por exemplo, com o Nissan Kicks, que vem do Versa, o Honda HR-V, que vem do City, o Chevrolet Tracker, que vem do Onix, dentre outros. Ao contrário desses modelos, o Creta não vem do HB20, como se pode imaginar.

Na realidade, o Creta usa a mesma plataforma do Elantra, que é um sedã médio da marca coreana que foi vendido por muitos anos aqui no Brasil, saindo de linha em 2020. Isso dá ao modelo algumas características que se sobrepõe aos concorrentes, por conta dessa derivação de um médio ao invés de um compacto, começando pelo espaço interno, que é bastante bom no SUV compacto coreano e essa característica nem sempre é encontrada em modelos dessa categoria.

É fato que existe uma divisão dentro do segmento de SUVs compactos entre os pequenos e os maiores. Os pequenos (e mais baratos) seriam modelos como Fiat Pulse, Volkswagen Nivus e Citroën C4 Cactus, enquanto os maiores (e mais caros) seriam alguns como o Hyundai Creta, Volkswagen T-Cross e Honda HR-V. Mesmo pensando em termos desses modelos maiores, o Creta se destaca no espaço, e o mais curioso é que, apesar de suas versões mais caras terem preços bastante altos, as versões mais baratas batem de frente com os concorrentes menores, o que talvez ajude a explicar os excelentes números de vendas do modelo.

Outro ponto interessante é que, assim como quando você entra em um HB20 você se sente em um modelo de categoria superior por conta do acabamento, aqui temos a mesma sensação. Não que os plásticos sejam melhores que os concorrentes, mas tem aparência mais bonita e bons arremates. Além disso, a estrutura do carro médio garante um rodar muito suave e bem acertado ao modelo, que é um dos mais confortáveis da categoria, contando, ainda, com um excelente isolamento acústico, interrompido apenas pelo barulho do motor quando você exige mais desempenho do SUV coreano.

Esse é outro tópico a ser considerado, já que o modelo oferece duas opções de motorização com sensações muito distintas ao volante. As versões mais caras são equipadas com o competente motor 2.0 aspirado, o mesmo que já equipava o Tucson em 2005, porém, claro, com várias mudanças para torná-lo mais moderno e econômico. Esse motor garante um excelente desempenho ao modelo, por conta dos bons números, e tem um consumo razoável, considerando que é um motor grande e aspirado, solução diferente da encontrada, por exemplo, na Volkswagen T-Cross Highline, que conta com o motor 1.4 turbo.

As versões mais baratas do Creta contam com o mesmo 1.0 turbo do HB20 e do HB20S, o que gera algumas críticas por parte de quem anda com o modelo. Isso porque, por conta do peso, o motor sofre um pouco para empurrar o SUV coreano. Não que ele seja muito lento, mas perto de outros concorrentes turbinados como o Fiat Fastback, o desempenho do modelo deixa bastante a desejar. Se você costuma andar com calma, é possível que isso não seja um problema, mas se você é daqueles que adora acelerar, os Cretas turbinados não são uma boa escolha. Por conta de o motor ter que se esforçar mais para mover o modelo, o consumo também aumenta um pouco, além do ruído do motor invadir a cabine, quebrando o silêncio proporcionado pelo excelente isolamento acústico.

Fora essas questões, o Creta é um dos melhores SUVs compactos da atualidade, e parece que o mercado reconhece isso, afinal, ele briga pelo pódio no ranking dos mais vendidos da categoria.

Hyundai IONIQ

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O IONIQ é um modelo muito pouco conhecido no Brasil, afinal, a CAOA nunca pareceu demonstrar muito interesse em trazê-lo para cá. É fato que, considerando que o modelo, lá fora, sempre foi um concorrente do Toyota Prius, fazer todo um esforço para trazer o IONIQ para cá não faria muito sentido, visto os números baixíssimos de vendas do modelo japonês no mercado nacional.

A realidade é que o Prius era muito caro e aquele tipo de design com vidro dividido na tampa do porta-malas nunca fez muito sucesso por aqui. Basta ver a quantidade de críticas que caíram sobre o Eclipse Cross quando ele chegou por aqui com aquele desenho polêmico que foi alterado poucos anos depois por algo mais convencional.

Por outro lado, um processo diferente começou a acontecer, no qual mais público começou a se interessar por modelos híbridos, enxergando neles vantagens em relação a desempenho e consumo de combustível, e assim surgiu uma nova oportunidade para a CAOA, que começou a trazer para o Brasil algumas unidades do IONIQ. Inicialmente, porém , o modelo não podia ser comprado, mas sim alugado por um valor fixo mensal em contratos de longo prazo, coisa que não fez muito sucesso por conta do valor altíssimo que a CAOA pedia no contrato.

Vendo que a estratégia não deu certo, decidiram colocar as unidades que vieram ao Brasil à venda, porém cobravam um preço maior do que o do Toyota Corolla híbrido, o que não fazia sentido nenhum. Para você convencer alguém a comprar um carro desconhecido e sem tradição alguma no mercado (sem falar no design diferentão), o mínimo que se deve fazer é oferecer o modelo por um preço menor do que os modelos mais consolidados, e atualmente é isso que a CAOA está fazendo.

Hoje em dia, o IONIQ é o híbrido pleno mais barato do mercado e chama muita atenção pelo custo-benefício, afinal, é um modelo com boa lista de equipamentos, acabamento muito superior ao dos outros carros na sua faixa de preço e espaço interno avantajado por ele ser um hatch médio. Além disso, o conjunto mecânico é o mesmo que equipa o Kia Niro e garante um ótimo desempenho e, principalmente, um consumo de combustível invejável.

Se você roda muito e está pensando em gastar o mínimo possível por km rodado, talvez o IONIQ seja a melhor opção do mercado atualmente. Vale lembrar, porém, que lá fora o modelo já saiu de linha e não foram trazidas tantas unidades assim do modelo para o Brasil, o que pode resultar em algumas eventuais dificuldades em termos de achar peças de reposição para acabamento e partes externas como faróis e parachoques no Brasil.

Hyundai Kona

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O Kona também foi uma novidade recentemente trazida pela CAOA para o mercado nacional, e, assim como o IONIQ, já saiu de linha no exterior.

Bom, na verdade ele ganhou uma nova geração, e não saiu de linha, como aconteceu com o IONIQ, que teve o nome aproveitado mas virou outro carro. Assim, o que é vendido por aqui é a geração passada do Kona, que mesmo não sendo a mais atual, ainda é bem completa. Caso você tenha interesse em saber como é a nova geração do modelo, basta visitar uma concessionária da Kia, afinal, o Niro é basicamente a nova geração do Kona, mas configurado aos gostos da Kia.

Isso porque a Hyundai e a Kia são marcas irmãs e muitos carros de uma têm correspondentes na outra, como é o caso da Tucson e da Sportage ou, claro, do Kona e do Niro. A vantagem disso é que um dos maiores argumentos de venda do Niro está no seu conjunto mecânico 1.6 híbrido, que garante bom desempenho e um excelente consumo de combustível, e esse é o mesmo conjunto que equipa o Kona, porém o Hyundai custa algumas dezenas de milhares de reais a menos, se tornando um excelente negócio para quem está de olho no modelo da Kia por conta da economia.

Ainda existe uma versão totalmente elétrica do Kona, coisa que não existe, ao menos no Brasil, do Niro. Aliás, vale citar que mesmo essa configuração movida a eletricidade do Kona ainda é muito mais barata do que a versão de entrada do Niro, o que nos mostra que a CAOA não está brincando em serviço com os preços praticados pelos modelos recentemente lançados.

Falando sobre o Kona, ele é um SUV compacto com um tamanho um pouco menor do que o Creta, o que resulta em um espaço interno e porta-malas um pouco menores. Três adultos ainda conseguem viajar no banco traseiro, mas o conforto não será o mesmo do Creta, e eles irão, talvez, um pouco apertados, mas não é nada impraticável. O design é bem diferente e chama muito a atenção por onde anda, então não é um modelo indicado para quem gosta de passar despercebido.

No final das contas, o fato de o Kona e o Creta serem vendidos em concessionários diferentes, na maioria das vezes, talvez seja um fator de muita sorte para a Hyundai. Isso porque, se alguém visitasse uma concessionária e visse, lado a lado, um Creta e um Kona, provavelmente o modelo nacional perderia uma quantidade considerável de vendas. Claro que o Creta tem suas qualidades, mas o Kona ganha muito no conjunto mecânico e a lista de equipamentos é bem completa, além de que sua versão híbrida é consideravelmente mais barata do que a versão de topo do Creta.

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