Atualizado em 12/12/2023
A Volkswagen chegou no Brasil em 1953, e mesmo tendo quase duas décadas de mercado nacional a menos do que a Chevrolet, que chegou em 1925, é bem difícil apontar qual das duas tem mais apelo para as famílias do país.
Isso porque, em relação às duas montadoras, é bem difícil que você não conheça ninguém que já teve ou tem um modelo dessas marcas na garagem. Se a marca americana teve modelos icônicos como o Opala, Monza e Corsa, a marca alemã teve modelos como Fusca, Brasilia e Gol. Fato é, porém, que no geral, quando o mercado estava fechado para importações, a Chevrolet se arriscava mais nos modelos mais caros, tendo até o Monza, que era um sedã médio, conquistado o título de carro mais vendido do país por três anos consecutivos, de 1984 a 1986. Além disso, o Opala era considerado um dos ápices do luxo no país.
A Volkswagen adotava uma linha diferente, focando seus esforços em modelos mais baratos, o que faz sentido, considerando que Volkswagen significa “carro do povo” em alemão. As maiores vendas de modelos eram dos menores como o Fusca e o Gol, mas claro que havia alguns mais caros, como Santana e Passat. Com o passar do tempo e abertura do mercado, surgiram novidades que rapidamente se firmaram no mercado, justamente por conta da extensa história da marca alemã com o mercado. São exemplos desses modelos o Polo e o Golf.
Atualmente, a Volkswagen é uma das montadoras mais importantes do mercado e briga pela liderança em diversas categorias. Enquanto no segmento de SUVs compactos, a T-Cross sempre foi muito bem, a novidade fica por conta do segmento de hatchs compactos, afinal, o Polo ressurgiu das cinzas recentemente e tomou o primeiro lugar nas vendas, lugar que foi do Chevrolet Onix por muitos anos e, recentemente, havia sido conquistado pelo Hyundai HB20.
Conhecida por trazer inovações, a Volkswagen foi a primeira marca do país voltada às massas a adotar a política de vender carros mais seguros, trazendo modelos que tinham nota máxima nos testes de segurança, ideia que foi seguida, posteriormente, pela Chevrolet. Além disso, a marca foca muito em tecnologia, conquistando quem é mais ligado nesse tipo de coisa. Vamos te mostrar os cinco modelos mais em conta da marca alemã para te ajudar na decisão de qual levar para casa.
O modelo mais barato que se pode comprar em uma concessionária da Volkswagen, atualmente, é o Polo, e isso é até curioso de se pensar, afinal, historicamente, o Polo sempre se posicionou como um modelo intermediário, se aproximando do Golf do que dos modelos mais baratos, mas o cenário, atualmente, é bastante diferente.
Isso porque a Volkswagen finalmente conseguiu tirar o Gol de linha, após quase duas décadas de tentativas fracassadas, tanto com o Fox quanto com o Up!. Ao fazer isso, ela reposicionou o Polo para ocupar o lugar do Gol, o que, na realidade, fazia muito sentido, afinal, o modelo estava totalmente deslocado dentro do portfólio da empresa alemã.
Basta lembrar que quando ele chegou por aqui, em 2017, ele era considerado um “compacto premium” e fez muito sucesso pela tecnologia e inovações como a plataforma modular, motorização turbinada, rodas de 17 polegadas e painel digital, mas foi perdendo o apelo aos poucos, conforme os concorrentes se atualizavam para chegar no seu nível. No final de 2022, o modelo basicamente cobrava muito mais caro do que um compacto normal e não oferecia tanta coisa a mais, além do design estar um pouco cansado.
Além disso, seus números de vendas muito baixos tinham mais um vilão, que era o irmão Nivus, o qual custava um preço muito parecido, tinha todos os atributos positivos do Polo, afinal, eles são carros muito similares, mas tinha uma carroceria muito mais atrativa e na moda, conquistando facilmente os clientes que poderiam pensar em comprar um Polo.
Assim, a Volkswagen deu um tapa no visual do compacto, deixando ele mais atualizado com sua linha de design atual, tirou alguns equipamentos, colocou outros e diminuiu a potência do modelo, chegando na atual configuração, em que o modelo bate de frente com carros como o Chevrolet Onix e o Hyundai HB20. Acontece que, basicamente o que aconteceu aqui foi como se a Toyota decidisse fazer uma versão um pouco mais simplificada do Corolla e lançasse pelo mesmo preço que um Honda City.
Quem anda no Polo percebe que aquele modelo se trata de algo mais refinado do que os seus concorrentes atuais em termos de preço. Claro que faltam algumas coisas como, por exemplo, o modelo contar com só quatro airbags, ou não oferecer piloto automático adaptativo, mas no geral, a impressão que se tem é que, ali, temos um produto melhor, e isso talvez ajude bastante a explicar o motivo de o Polo ser, atualmente, o modelo mais vendido do país.
Com versões partindo de R$ 87.290 na versão Track, que é a mais simplificada de todas, o Polo tem muito apelo para quem busca um carro muito equilibrado. Vale lembrar, porém, que a versão MPI, de R$ 89.990, já conta com itens como faróis de LED e central multimídia, valendo o investimento a mais.
A Saveiro é um modelo muito curioso do mercado, afinal, ao mesmo tempo ela parece ter sido esquecida pela Volkswagen, mas não foi. Recentemente, ela recebeu uma leve atualização no design e teve seus preços reduzidos, principalmente nas versões mais caras, para talvez conquistar mais clientes no segmento de picapes pequenas, mas é uma tarefa bastante complicada.
Isso porque sua rival, Fiat Strada, está bem mais atualizada do que ela. Basta olhar, lado a lado, uma Strada cabine dupla e uma Saveiro cabine dupla e você entenderá do que estamos falando. Enquanto a italiana é um projeto pensado para ter uma cabine dupla, assim contando com portas e mais espaço (apesar de não ser grande) na parte traseira, a picape alemã parece aquelas adaptações curiosas que eram feitas em picapes de cabine simples nos anos 1980.
Apesar de estar defasada frente a concorrente, a Saveiro ainda vende relativamente bem. É fato que comparar com a Fiat Strada é difícil, visto que ela é o veículo mais vendido do país já fazem anos, mas as versões de entrada da picape alemã ainda tem bons números de vendas por um motivo muito fácil de entender, que é o motor 1.6, o que é bem mais forte do que o motor 1.3 que equipa a versão de entrada da Strada.
Assim, quem carrega coisas pesadas ou usa a picape para pegar estrada pode encontrar na Saveiro uma opção de compra melhor do que a Strada, que tem um desempenho um pouco fraco. No mais, a lista de equipamentos das duas é bastante similar e ambas contam com pacotes de equipamentos opcionais para deixá-las mais completas.
Com preço partindo de R$ 97.690, a picape se mostra uma boa opção quem precisa de mais força no motor. Vale lembrar, ainda, que se você está pensando em levar para casa uma Saveiro com cabine dupla, é possível que seja pelo fato de precisar carregar pessoas no banco de trás, afinal, se não precisasse, compraria uma cabine simples. Nesse caso, olhe com mais carinho para a Fiat Strada ou, quem sabe, uma Chevrolet Montana, que são modelos que com certeza irão abrigar com mais conforto seus passageiros.
O Virtus chegou ao mercado um pouco depois do Polo sem muita pretensão de ocupar o lugar de ninguém, afinal, o modelo se posicionava bastante acima do Voyage, e era bem mais barato que o Jetta. Por outro lado, em termos de construção e equipamentos, é fato que o modelo sempre foi mais próximo do médio do que do compacto.
Com a mesma plataforma do Polo, porém com o entre-eixos alongado, sendo essa a mesma configuração encontrada na T-Cross, o modelo sempre foi um grande destaque por conta do espaço interno e do porta-malas gigantes, atendendo perfeitamente o uso familiar ou de transporte de pessoas, o que fez com que ele se tornasse o queridinho dos pais de família mais modernos.
Isso porque o seu design era mais esportivo e a lista de equipamentos semelhante à do Polo fazia brilhar os olhos de quem precisava do espaço, mas não queria abrir mão da tecnologia como o motor turbo ou o painel digital. Quem não fazia questão desse tipo de coisa, porém, tinha sempre a opção de levar para casa um Honda City, que até a recente atualização, era um carro bem cru em termos de lista de equipamentos.
Assim como o Polo, porém, o modelo foi perdendo espaço no mercado conforme os concorrentes foram se atualizando, mas a estratégia adotada pela Volkswagen por aqui foi diferente da que foi aplicada no hatch compacto. Isso porque o Polo foi reposicionado para cobrir o espaço aberto pelo Gol, mas o Virtus não foi puxado para baixo para cobrir o Voyage. Na realidade, a situação foi outra, e o modelo, na reestilização, ganhou equipamentos, ensaiando o que seria ocupar o espaço que era do Jetta, pelo menos nas versões de entrada.
Além desses novos equipamentos, o Virtus ganhou uma frente nova e totalmente diferente do Polo, usando os faróis de LED e os de neblina do Nivus e um para-choque exclusivo. Além disso, o número de airbags subiu para seis (no Polo são apenas quatro) e todas as versões automáticas ganharam itens de condução semi-autônoma, mostrando que o objetivo da empresa alemã era tornar o Virtus um modelo mais refinado. Vale lembrar, ainda, que nas versões intermediárias, o Virtus ainda manteve a configuração mais forte do motor 1.0 turbo, coisa que foi perdida nas versões mais baratas do sedã compacto e em todas as do Polo. Ainda, a versão topo de linha conta com o motor 1.4 turbo, o mesmo da T-Cross e do Taos e que equipou modelos como o Jetta e o Golf.
Com preços partindo de R$ 108.990 na versão de entrada, que conta com motor turbo e câmbio manual, o Virtus é um dos melhores custo-benefícios em termos de sedã compacto do mercado, batendo de frente como o Honda City e é considerado até um produto superior por muitas pessoas. A realidade é que ocorre um ganha e perde entre os dois modelos, que são, ambos, muito bons, mas o que vale dizer aqui é que se você pensa em comprar um Virtus, estará muito bem servido. Se couber no orçamento, porém, tente levar para casa a versão Comfortline, que já conta com mais itens de série e o motor mais potente.
O T-Cross é um dos maiores sucessos recentes da Volkswagen, e é curioso que ela tenha demorado tanto para ser lançada. Isso porque a categoria de SUVs compactos surgiu no Brasil em 2003, com o Ford Ecosport, e o T-Cross só foi lançada em 2019, mais de 15 anos depois do segmento surgir.
Nesse meio tempo, modelos como Jeep Renegade, Honda HR-V e Hyundai Creta foram lançados e conquistaram suas parcelas de mercado, enquanto a Volkswagen assistia a tudo de fora, sem nenhum modelo representante nessa categoria que crescia a cada ano. A espera parece ter valido a pena, afinal, a montadora alemã acumulou muitos conhecimentos sobre esse novo mercado e lançou um produto excelente, que é o T-Cross.
O sucesso foi imediato e o modelo, desde que foi lançado, nunca deixou de figurar entre os mais vendidos da categoria, tendo, inclusive, ganhado o título de SUV compacto mais vendido do ano de 2020 e caminhando a passos largos para o bi-campeonato em 2023. Todo esse sucesso é resultado de uma série de fatores que tornam o modelo tão atrativo para muita gente.
Existem modelos que tem alguns pontos bastante positivos e outros negativos, os quais fazem com que ele deixe de ser uma boa compra para determinada pessoa. Um exemplo é o Hyundai Creta, que tem muito espaço interno e boa lista de equipamentos, mas o motor 1.0 turbo deixa ele muito devagar e devendo no desempenho. Podemos pensar, também, no Fiat Fastback, que é muito estiloso e completo, além de ter um ótimo desempenho, mas o espaço interno do modelo é muito restrito.
No caso do T-Cross, ele é muito equilibrado em tudo. Não tem tanto espaço interno como um Creta, mas abriga bem três ocupantes; tem uma boa lista de equipamentos e o desempenho do motor 1.0 turbo é mais do que o suficiente para a proposta do modelo, ainda oferecendo a possibilidade de motorização 1.4 turbo na versão mais cara.
Além disso, apesar de o design ter se mantido o mesmo desde que o modelo foi lançado, a Volkswagen sempre se preocupou em manter a lista de equipamentos atualizada, melhorando a oferta de itens de série do SUV compacto a cada ano/modelo. Atualmente, por exemplo, quase todas as versões do modelo contam com piloto automático adaptativo e sistema de frenagem autônoma.
É curioso que o T-Cross tenha aparecido antes do Nivus nessa matéria, mas isso acontece pelo fato de que o modelo conta com uma versão muito básica que parte de R$ 121.990, a qual conta com calotas e não oferece tanto conforto para os ocupantes, além de não vir com sistema de som. Essa versão, chamada Sense, é mais voltada para o público PCD, mas custa menos do que a versão de entrada do Nivus, que é a Comfortline. Vale lembrar que a versão do T-Cross que tem o nome Confortline, porém, é muito mais cara do que a do Nivus.
O Nivus foi o último modelo totalmente novo lançado pela Volkswagen no Brasil e foi um sucesso desde que surgiu, afinal, o modelo juntava todas as boas características do Polo com uma carroceria muito bonita, que rapidamente fez o modelo virar uma febre.
Mesmo com três anos de mercado sem grandes mudanças, o Nivus nunca vendeu tanto quanto atualmente. Até novembro de 2023, o modelo acumulou mais de 46.000 unidades vendidas, o que é um recorde para o modelo, que nunca tinha passado das 40.000 unidades em um ano inteiro.
Fato é que o modelo ainda tem muito apelo por conta do design bonito e da excelente lista de equipamentos, além do bom desempenho e consumo de combustível. Existem, claro, limitações, afinal, o modelo tem apenas duas versões, com preços que partem de R$ 130.890 e chegam a R$ 147.890 na versão topo de linha, que, curiosamente, vende muito bem. O modelo tem a mesma limitação do Fiat Fastback, o qual também vende muito bem, o que nos entrega que, no final das contas, muita gente não se preocupa muito com isso ao comprar um SUV compacto.
Essa questão é o espaço interno, afinal, ambos os modelos são bastante apertados por dentro e não são os mais indicados para quem está pensando em comprar e vai andar com pessoas com alta estatura ou mais de duas delas no banco traseiro. Ao menos, o Fastback tem o argumento de ter um porta-malas gigantesco, coisa que o Nivus não tem, apesar de o seu bagageiro não ser pequeno, resultado do formato de carroceria que privilegia o porta-malas por conta de os carros serem compridos para possibilitar o caimento do teto.
No final das contas, se você não liga muito para espaço interno, o Nivus é um excelente modelo. O design chama atenção por ser bem bonito e moderno, a lista de equipamentos é ótima, principalmente na versão mais cara, o desempenho é suficiente e o consumo não te força a ser sócio de um posto de gasolina. Parece um pacote completo para atrair uma boa parcela de consumidores, e é exatamente isso que o modelo faz com mérito.