Não é segredo para ninguém que os carros no Brasil são bastante caros. De fato, ter um veículo nunca foi barato por aqui, mas nos últimos anos, a situação se agravou de uma maneira preocupante. Um exemplo do quão rápido foi o aumento nos preços, basta pensar que a segunda geração do Onix, lançada em setembro de 2019, aumentou seu preço em cerca de 70%. Quando lançado, a versão de entrada custava R$48.490, mas atualmente, se você quiser levar a mesma versão para casa, terá que desembolsar R$82.490.
Em tempos de alta dos preços, muitas pessoas se veem em uma situação em que precisam de um carro novo, por diversos motivos, mas se assustam com os preços praticados pelas montadoras. A solução, muitas vezes, é levar para casa os modelos de entrada e é sobre eles que vamos falar hoje.
Fazemos questão de chamá-los de carros de entrada, pois a expressão carro popular já não é muito aplicável. É um pouco complicado taxar como popular algo que custa quase R$70.000. Além disso, esse conceito dos carros populares era associado, também, àqueles modelos que tinham muito poucos equipamentos, se resumindo apenas a um meio de transporte, sem mais luxos. Atualmente, coisas como direção com assistência, vidros elétricos dianteiros, travas elétricas e ar-condicionado estão presentes em todos os modelos novos, o que não era realidade há uma pouco mais de uma década.
Clique aqui e compare, lado a lado, os carros mais baratos do Brasil
Além disso, aconteceram diversas melhorias em termos de segurança dos modelos, inclusive com a obrigatoriedade dos airbags e freios ABS, além da evolução natural das plataformas em questão de aços de alta resistência. Existem pessoas que culpam essas novas tecnologias como as responsáveis pelo grande aumento de preços dos carros no Brasil, mas será que isso é verdade?
Façamos uma análise rápida. Existe um portal do governo no qual podemos consultar a inflação acumulada em um certo período de tempo e, inserindo o intervalo de janeiro de 2010 até janeiro de 2023, chegamos ao número de 115,68%, e isso significa que R$1.000 naquela época equivalem a R$2.156,68 atualmente. Fazendo uma pesquisa rápida, encontramos os modelos mais baratos daquela época: Fiat Uno Economy (R$25.117), Chevrolet Celta (R$25.366) e Renault Clio (R$25.850). Vamos considerar que, em média, um modelo de entrada custava, então R$25.500 na época, e trazer essa quantia a valor presente, multiplicando pela inflação, encontraremos um resultado de praticamente R$55.000.
Bom, o modelo novo mais barato vendido no Brasil, atualmente, é o Renault Kwid, que parte de R$68.190, o que nos entrega um aumento, considerando a inflação na equação, de cerca de R$13.000 ao longo de 13 anos. Essa é a parcela que podemos realmente atribuir aos avanços tecnológicos e ganhos de equipamentos que aconteceram, e afirmar que a culpa do aumento é toda deles é uma falácia, afinal, a inflação é um fator muito importante.
A questão que surge, então, é a seguinte: não seria melhor que existissem carros novos com tecnologia ultrapassada, como os modelos de 2010 citados, sendo vendidos pelo valor corrigido pela inflação? Analisando economicamente, a resposta é que depende (como sempre). Depende, por exemplo, se o ganho no bem estar de quem estaria usando o carro seria suficiente para cobrir as externalidades relacionadas às emissões de poluentes, aumento no tráfego urbano (pois mais gente teria carros) ou qualquer uma das várias mudanças que isso acarretaria. Você pode dizer “se as pessoas tivessem acesso a carros novos mais baratos, teriam menos carros antigos nas ruas, o que seria benéfico”, e a resposta é que talvez isso seja verdade, mas perceba que não podemos afirmar categoricamente que aconteceria, afinal não temos é a realidade, estamos apenas especulando.
Clique aqui e compare, lado a lado, os carros mais baratos do Brasil
Essa discussão que estamos fazendo é um mero ensaio mental, afinal, a realidade é que os preços estão aí, e é muito improvável que irão diminuir e, por conta de diversas mudanças de legislação ao longo dos anos, qualquer futuro com aqueles carros do passado sendo vendidos novamente como novos fica limitado aos pensamentos de quem olha os preços atuais e lembra do passado, sendo tomado por um sentimento saudosista.
Posto isso, vamos falar sobre as estrelas da matéria, os três modelos novos mais baratos que podem ser comprados por aqui! A diferença de preço entre os modelos é consideravelmente pequena, pensando em termos percentuais dos preços.
E lembre-se que se você se interessar por algum dos modelos, ou ainda por seus concorrentes, não deixe de conhecer o nosso serviço de negociação. Já pensou economizar até R$10.000 na compra do seu próximo carro zero? Você conta pra gente qual carro procura e nós negociamos com as concessionárias da sua região.
C3 Live 1.0 2023
Começaremos, então, pelo terceiro lugar, ou seja, o terceiro carro mais barato do Brasil. A nova geração do C3 chegou ao mercado no final do ano passado com uma difícil tarefa: retomar a participação de mercado que a Citroen tinha há alguns anos, afinal, antes dele ser lançado, a marca francesa tinha apenas o C4 Cactus no seu portfólio. O modelo, na sua primeira geração, foi um dos responsáveis pela criação da categoria de compactos premium por aqui, que são modelos compactos mais refinados do que os de entrada. Um exemplo clássico de compacto premium é o Volkswagen Polo, apesar de ter sido rebaixada na última atualização, para ocupar o lugar do Gol.
A atual geração não seguiu a mesma linha das anteriores e se posicionou como um modelo de entrada, brigando nas versões de entrada com os subcompactos, mas ele possui um ponto que dá uma vantagem muito grande: o espaço interno. Apesar de não ser grande por fora, o espaço interno do modelo é digno de elogios, maior inclusive que modelos como Polo e Onix, além de contar com 315 litros de porta-malas, perdendo em litragem apenas para o Renault Stepway.
Assim, para quem precisa de espaço e está com o orçamento apertado, o C3 pode ser uma excelente opção. A filosofia parece a mesma das versões de entrada do Renault Sandero, quando surgiu por aqui em 2008. Mal equipado, porém com bom espaço para ocupantes e malas, robustez mecânica e preço competitivo. Se você estranha ao ler que um Citroen tem robustez mecânica, saiba que o histórico de problemas nas marcas francesas acabaram há mais de uma década, quando tiraram de linha o famoso câmbio automático AL4. Se essa informação não te convence, talvez seja importante que você saiba que, por baixo, o C3 é um Fiat Argo.
Clique aqui e compare, lado a lado, os carros mais baratos do Brasil
Em 2021, a PSA, grupo dono da Peugeot e Citroen, se uniu com a FCA, dona da Fiat, Jeep, e várias outras marcas; e formaram a Stellantis. Isso permitiu intercâmbio de tecnologias e as montadoras de origem francesa decidiram aproveitar a oportunidade para se reestabelecer no mercado. Assim, pegaram o conjunto de motor 1.0 três cilindros e câmbio consagrado do Fiat Argo e colocaram em seus modelos de entrada, Peugeot 208 e Citroen C3. O posicionamento, porém, se inverteu em relação ao que era normalmente.
Apesar de irmãos de plataforma, na maior parte da história dos dois modelos o C3 foi posicionado como um modelo superior, o que se inverteu atualmente, afinal, o 208 compete bravamente com Onix, HB20, Polo e Argo, enquanto o C3 foi posicionado próximo de Renault Kwid e Fiat Mobi.
No final das contas, temos um modelo com ótimo espaço e nível de equipamentos condizente com os concorrentes. Bom, sem entrar na polêmica sobre pagar quase R$70.000 em um modelo com pouco equipamento, afinal esse é o preço dos outros concorrentes também e, como já dissemos, a realidade é a realidade; o que podemos concluir é que ele é um ótimo custo-benefício nas atuais circunstâncias.
O modelo conta com motor 1.0 três cilindros flex com 75 cavalos de potência, que consegue médias de 10,4 km/l na cidade e 11,3 km/l na estrada com etanol e 14,7 km/l na cidade e 16,3 km/l na estrada com gasolina. Apesar de o desempenho não ser o objetivo do modelo, é importante citar que ele consegue acelerar de 0 a 100 km/h em cerca de 14,1 segundos.
Vamos ao que o modelo oferece na versão Live, que é a de entrada: dois airbags (apenas os obrigatórios por lei, infelizmente), controles de estabilidade e tração, direção elétrica, vidros elétricos dianteiros, para-sol com espelho para motorista e passageiro, ar-condicionado manual, destravamento interno do porta-malas, destravamento interno do tanque de combustível e computador de bordo.
Clique aqui e compare, lado a lado, os carros mais baratos do Brasil
Notamos que ocorreram vários cortes de custo para que o modelo chegasse ao preço praticado atualmente. Logo de cara, nota-se que o modelo não conta com o limpador no vidro traseiro, o que é um equipamento de segurança muito básico e presente em praticamente todos os modelos de dois volumes do mercado da última década. Faltam ainda regulagens de altura do volante e do banco, importantes para o motorista encontrar uma posição mais agradável para guiar. É triste pensar que a Citroen fez um carro com tanto potencial para, por exemplo, motoristas de aplicativo, por conta do espaço interno, e cortou esses itens tão simples e que tornariam a vivência do condutor muito mais agradável. Faltam ainda itens como conta-giros, travas elétricas ou um sistema de som.
Pelo espaço interno maior, ainda acreditamos que o C3 é uma boa opção de compra, caso a pessoa precise transportar pessoas e malas. Isso não quer dizer, nem de longe, que o modelo vá encher os olhos do comprador, mas se você comprar o modelo já sabendo o que te espera, não se decepcionará!

Fiat Mobi Like 1.0 2023
Eis que temos nosso segundo lugar no pódio dos modelos mais baratos do país. Se falamos honestamente sobre o C3, nada mais justo do que te contarmos logo a real sobre o Mobi. Ele tem um baixo custo benefício. Talvez quando surgiu no mercado em 2016, o subcompacto da Fiat fosse um negócio melhor, afinal ele contava com o moderno motor 1.0 três cilindros (o que equipa o C3 e o Argo) e teve até versões com o câmbio automatizado GSR. Os anos passaram, o Argo surgiu e o sucesso do irmão maior fez com que a Fiat cortasse várias coisas do Mobi, inclusive as duas coisas citadas acima. O motor do modelo, atualmente, é o 1.0 Fire, aquele mesmo que equipava o Palio e o Uno e está em linha há décadas.
Clique aqui e compare, lado a lado, os carros mais baratos do Brasil
De fato, é um motor de manutenção barata, mas o motor do Argo é tão barato quanto para fazer as manutenções, além de ser bem mais potente e econômico. Se pensarmos em termos de motorização, então, o modelo está atrás dos concorrentes. Se falarmos de espaço, a situação do modelo não melhora em nada, afinal ele é o menor dentre os modelos abaixo de R$70.000. Além do espaço traseiro muito apertado, o porta-malas oferece apenas 200 litros de capacidade.
A única explicação plausível para justificar a compra de um Fiat Mobi frente aos seus concorrentes seria uma preferência clara do comprador por modelos da marca italiana, e mesmo assim isso poderia ser questionado, afinal agora a Citroen e a Fiat fazem parte do mesmo grupo e compartilham a qualidade construtiva. Isso nos aponta que o C3, maior e, por incrível que pareça, mais equipado, é uma compra bem melhor.
O modelo conta com motor 1.0 quatro cilindros flex com 74 cavalos de potência, que consegue médias de 9,6 km/l na cidade e 10,4 km/l na estrada com etanol e 13,5 km/l na cidade e 15,0 km/l na estrada com gasolina. O 0 a 100 km/h é feito em cerca de 14 segundos.
Vamos ao que o Mobi Like oferece ao comprador: dois airbags (também apenas os exigidos pela lei), limpador do vidro traseiro, direção hidráulica, vidros elétricos dianteiros, para-sol com espelho para motorista e passageiro, ar-condicionado manual e computador de bordo.
Vemos aqui que o modelo conta com o limpador do vidro traseiro, porém não oferece os controles de estabilidade e tração do irmão de Stellantis. Além disso, todos os equipamentos que faltam no C3 também faltam aqui, e a direção do Mobi é hidráulica, a qual rouba força do motor, que já é mais fraco, prejudicando ainda mais o desempenho e o consumo. Em suma, dos três modelos apresentados aqui hoje, esse é o que menos vale a pena.
Renault Kwid Zen 1.0 2023
Chegamos então na primeira colocação no nosso ranking de carro mais barato do país! Lançado em 2017, o Kwid chegou para ocupar um espaço abaixo do Sandero no portfólio da marca francesa, e gerou algumas polêmicas. A primeira diz respeito às rodas, que apresentam três parafusos de fixação, um a menos do que normalmente se vê nos carros por aqui, e isso gerou muitos comentários negativos a respeito da qualidade construtiva do modelo.
A segunda foi por conta dos casos de problemas com o volante caindo enquanto o carro estava em movimento, coisa que aconteceu com alguns anos de uso de algumas das primeiras unidades que chegaram por aqui no ano do lançamento, mas o problema parece ter sido devidamente solucionado pela Renault, já que não existem mais relatos nos modelos mais novos. Não querendo justificar, afinal é um erro absurdo da montadora e representa um perigo muito grande para dos donos desses primeiros Kwids, mas é fato que as primeiras unidades de modelos costumam apresentar problemas, afinal, mesmo com de milhares de horas de testes, os engenheiros não conseguem simular cada possibilidade de uso do carro que existe, e assim, quando o modelo sai para venda, é comum que sejam identificados alguns problemas que são resolvidos ao longo dos anos.
Clique aqui e compare, lado a lado, os carros mais baratos do Brasil
Como o Kwid já ensaia seu aniversário de seis anos de mercado, esses problemas já foram resolvidos, e o que temos atualmente é um modelo robusto com mecânica barata. Além disso, o espaço interno é bom considerando o tamanho pequeno do carro, apesar de ainda ficar longe do Citroen C3. O porta-malas conta com 290 litros de capacidade, curiosamente maior que modelos maiores, por exemplo: um Jeep Renegade 2016 possui apenas 260 litros de capacidade, apesar de por fora aparentar ter o tamanho de dois Kwids. Em termos de equipamentos, ele se destaca na segurança, contando com mais bolsas e três estrelas nos testes de colisão do LATIN NCAP, órgão responsável por testar, pontuar e divulgar a segurança dos modelos vendidos por aqui.
O modelo conta com motor 1.0 três cilindros flex com 70 cavalos de potência, que consegue médias de 10,8 km/l na cidade e 11,0 km/l na estrada com etanol e 15,3 km/l na cidade e 15,7 km/l na estrada com gasolina. Quanto ao 0 a 100 km/h, é feito na faixa dos 13,2 segundos, mais rápido do que os outros dois modelos citados.
Ao comprador, o Kwid de entrada oferece, de série, quatro airbags, controle de estabilidade, luzes diurnas em LED, limpador do vidro traseiro, direção elétrica, vidros elétricos dianteiros, para-sol com espelho para o passageiro, ar-condicionado manual, ajuste de altura do banco do motorista, destravamento interno do porta-malas e rádio com conexão Bluetooth e USB.
De fato, faltam também vários equipamentos por aqui, mas não é difícil ver que, em termos de equipamentos, a Renault tomou um pouco mais de atenção ao seu compacto em relação às outras marcas.
Esses foram os três modelos mais baratos do mercado brasileiro atualmente! Se você está em dúvida sobre os eles e aceita um conselho, recomendamos que você foque sua atenção, primeiramente, no C3 e no Kwid, afinal, é difícil justificar a compra de um Mobi, que perde em tudo para os concorrentes.
Dito isso, cabe a você identificar qual seu perfil de uso. Se você não precisa de espaço, costuma andar sozinho ou apenas com mais uma pessoa, o Kwid, pelos equipamentos e segurança, é uma opção melhor. Se, por outro lado, você costuma andar com o carro carregado, o C3 pode ser uma boa opção!
Clique aqui e compare, lado a lado, os carros mais baratos do Brasil
Quer saber um pouco mais sobre cada versão? Confira as matérias especiais que separamos abaixo:
Citroen C3 2023 Fiat Mobi 2022 Renault Kwid 2023
Que tal aproveitar e encontrar o menor preço na sua região? Escolha seu carro zero e a negociação é com a gente.
Referências Citroen