Se você está pensando na possibilidade de comprar um carro na faixa dos R$150.000, é bem provável que tenha se encontrado em uma encruzilhada, na qual existem vários caminhos diferentes. Você pode optar por um Toyota Corolla, Kia Stonic, Fiat Toro ou um dos tantos outros carros zero quilômetro nessa faixa de preço. Cada modelo pode atender mais uma esfera da sua vida e menos outra, e é pensando nisso que trouxemos dois modelos que, dentro do grupo dos SUVs, estão de lados completamente opostos: Fiat Pulse Abarth e Honda HR-V.
O Pulse, na versão esportiva, foi um dos modelos da Fiat mais esperado dos últimos tempos, principalmente pelo excelente trabalho de marketing da marca italiana. Ela, basicamente, ficou liberando detalhes do SUV por muitos meses, mantendo-o sempre na mídia e evitando que o futuro lançamento fosse esquecido, como acontece quando acontece um anúncio muito anterior ao lançamento do modelo de fato. Somado a isso, criou-se uma grande expectativa, principalmente dos entusiastas automotivos, por conta de o modelo marcar a volta da Abarth ao país, uma vez que ela tinha ido embora quando o 500 Abarth parou de ser vendido por aqui.
O modelo chegou com muito mais pontos positivos do que negativos. Com mudanças em relação às outras versões, ele entregou o que prometeu: um produto diferenciado, assinado pela Abarth. Infelizmente, apesar da finesse do modelo, ele pecou em um ponto bastante simples de ser resolvido, que foram os freios traseiros, que são à tambor.
Confira aqui todos os equipamentos do Pulse Abarth 2023 e compare com a HR-V 2023
É fato que, em uso normal, é bastante improvável que um usuário comum sinta qualquer diferença entre os freios traseiros serem à tambor ou à disco, mas para um modelo que afirma de tantas maneiras ser esportivo, tanto pelo motor, pelo acerto de suspensão e pelo visual externo, é realmente uma pena que a montadora italiana tenha cortado custos nesse ponto. Se o cliente, animado por possuir um SUV esportivo, resolver levar o carro em um autódromo, terá sua diversão interrompida após algumas poucas voltas, pois o tambor irá aquecer muito e os freios podem parar de funcionar, inclusive podendo causar acidentes.
Outro ponto que atrapalhará esse dono é que freios à disco esfriam muito mais rápido do que o modelo presente no Pulse, então caso seu freio esquente, prepare-se para passar um bom tempo de molho, apenas olhando os outros correrem. Caso você tenha a intenção de comprar um Fiat Pulse Abarth e fazer uso dele em pista, é recomendável, então, que você faça a troca dos freios traseiros!
O HR-V foi, talvez, o maior acerto da Honda no mercado brasileiro. A marca, principalmente a partir do lançamento da oitava geração do Civic em 2006, fazia muito sucesso e, quando lançado, em 2015, o mercado de SUVs compactos estava em pleno crescimento. Infelizmente, para a montadora japonesa, ela estava de fora desse nicho, oferecendo no mercado apenas o CR-V, SUV médio consideravelmente mais caro que os compactos.
Para resolver esse problema, basicamente, a Honda fez um compilado do que os consumidores queriam e aplicou dentro do que já possuía dentro das suas linhas de produção. Criou-se assim um SUV bonito, na plataforma do City, com motor 1.8 que equipava o Civic desde 2006, e o câmbio do tipo CVT e o sistema de Magic Seat (que permite uma grande modularidade no banco traseiro) do irmão Fit.
Isso foi o suficiente para que o modelo reinasse absoluto até a chegada de seu grande arquirrival, Jeep Renegade, que roubou a coroa e virou o queridinho entres os SUVs compactos. Apesar disso ter ocorrido, o HR-V se manteve firme e vendendo bem por muitos anos, mas viu seus concorrentes todos receberem atualizações, enquanto ele permaneceu praticamente o mesmo por quase sete anos, e isso fez com que ele fosse perdendo, lentamente, participação no mercado, o que fez com que a Honda tomasse tomasse a decisão de deixar de oferecer o modelo no mercado brasileiro, em 2021.
Cerca de um ano depois, eis que surge a nova geração do HR-V, totalmente renovado, com nova plataforma, novos equipamentos e novos motores, além do visual muito atualizado com as tendências do mercado. Isso impactou o mercado como fez em 2015, quando deu as caras pela primeira vez por aqui. Uma das maiores críticas feitas ao modelo foi o fato de ele ter aposentado o antigo 1.8 e, agora, oferecer o 1.5 aspirado, mesmo do irmão menor City.
O Jeep Renegade, que oferecia um motor 1.8 de 139 cavalos de potência antes, substituiu pelo motor 1.3 Turbo (o mesmo do Pulse Abarth, diga-se de passagem) de 185 cavalos. O HR-V, na contramão, trocou o 1.8 de 140 cavalos pelo 1.5 de 126 cavalos. De fato, nominalmente, houve uma perda, porém na prática, por conta das tecnologias adotadas no 1.5, como injeção direta, o desempenho é bastante próximo. O grande trunfo ficou em relação à economia de combustível, afinal, na cidade, o SUV roda quase dois km a mais para cada litro de combustível no tanque, em comparação à geração antiga.
Claro que o público esperava um desempenho condizente com o rival da Jeep, mas isso só acontece nas versões topo de linha do Honda, que são equipadas com o 1.5 Turbo, o mesmo da geração passada, porém agora oferecendo tecnologia flex. As respostas do 1.5 aspirado não são ruins, mas se você estiver apressado, provavelmente irá se incomodar com a alma um pouco morosa do modelo.
Enquanto um apela para a experiência de dirigir, tentando te ganhar pela emoção, o outro te oferece tranquilidade e tenta te ganhar pela razão. É fato que o italiano, com seu motor 1.3 Turbo, tem um desempenho muito melhor do que o pacato 1.5 aspirado do rival japonês. Mas, colocando tudo na balança, esse desempenho faz o modelo valer mais a pena do que um modelo de categoria superior? Essa é a questão que vamos tentar te responder por aqui.
Confira aqui todos os equipamentos do Pulse Abarth 2023 e compare com a HR-V 2023
Se formos olhar o preço por volta dos R$149.990 do Fiat Pulse Abarth, a versão mais adequada para comparação é o Honda HR-V EX, versão de entrada do modelo, equipada com o motor 1.5 aspirado, que custa praticamente o mesmo preço, saindo da loja por R$148.900. É preciso ressaltar que, caso o comprador faça questão do motor Turbo no SUV japonês, terá que desembolsar mais R$35.000 e levar para casa a versão Advance.
O importante de definir a versão do japonês a qual usaremos como comparação é que esse é o ponto mais relevante a favor do modelo italiano. Enquanto o motor 1.5 aspirado do Honda oferece 126 cavalos de potência e empurra preguiçosamente os 1.300 kg do modelo, conseguindo um 0 a 100 km/h em 11,2 segundos; o 1.3 Turbo do Fiat cola as costas do motorista no banco e, com seus 185 cavalos de potência, leva o modelo, que pesa praticamente o mesmo que o rival, de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos.
É claro que existe uma diferença grande de potência entre os modelos, mas caso compararmos o Pulse com o HR-V equipado com motorização turbo, o pequeno ainda levaria vantagem. Com o motor turbo de 177 cavalos de potência, o HR-V acelera de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos, mais de um segundo mais lento que o Abarth.
Quanto ao consumo, a situação se inverte e o Honda leva a melhor. As médias do Pulse Abarth são de 7,9 km/l na cidade e 9,7 km/l na estrada, quando abastecido com etanol; e 11,3 km/l na cidade e 13,6 km/l na estrada, quando abastecido com gasolina. O rival aspirado consegue médias de 8,8 km/l na cidade e 9,8 na estrada, abastecido com etanol; e 12,7 km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada, quando abastecido com gasolina.
Eis que temos a primeira diferença de filosofia entre os dois carros: enquanto um foca no desempenho e faz seu coração bater mais forte, o outro foca no consumo e demanda menos idas ao posto de gasolina. Em tempos de combustíveis caros, sua carteira agradece!
Um ponto importante e muito destoante entre os dois modelos é o tamanho. Os modelos são SUVs, mas são de categorias diferentes. O Pulse compete, por exemplo, contra o Volkswagen Nivus, enquanto o HR-V é concorrente do irmão maior do Nivus, o T-Cross. Isso fica muito claro quando se olha, lado a lado, os dois modelos comparados. O Honda é mais alto, largo e comprido do que o Fiat, e ainda conta com quase 10 cm a mais de distância entre-eixos. Ainda é importante ressaltar que, mesmo em comparação com os carros da sua própria categoria, o Pulse é um tanto apertado.
Se você está pensando em qual desses modelos melhor se encaixa no seu estilo, é importante pensar sobre se você precisa ou não de espaço. Em uma situação de viagem, por exemplo, vale mais a pena para você a diversão do motor forte ou o conforto do espaço interno e suspensão?
Olhando os números de porta-malas, vemos que praticamente todo o tamanho a mais do HR-V está no espaço interno, já que a diferença de litragem entre o porta-malas dos dois modelos é de 34 litros (320 litros no Pulse contra 354 litros no HR-V). Essa é outra crítica feita ao Honda, que perdeu quase 100 litros de porta-malas em comparação com a geração anterior.
E, claro, se você se interessar por algum dos modelos que estamos analisando aqui, ou ainda por seus concorrentes, não deixe de conhecer o nosso serviço de negociação. Já pensou economizar até R$ 10.000 na compra do seu próximo carro zero? Você conta pra gente qual carro procura e nós negociamos com as concessionárias da sua região.
Confira aqui todos os equipamentos do Pulse Abarth 2023 e compare com a HR-V 2023
Fiat Pulse Abarth 2023
Versã | Preço de Tabela da Fiat |
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Pulse Abarth 1.3 Turbo Flex Automático | R$ 149.990 |
Honda HR-V 2023
Versão | Preço de Tabela da Honda |
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HR-V EX 1.5 Flex Automático | R$ 148.990 |
HR-V EXL 1.5 Flex Automático | R$ 156.700 |
HR-V Advance 1.5 Turbo Flex Automático | R$ 182.900 |
HR-V Touring 1.5 Turbo Flex Automático | R$ 190.900 |
Equipamentos do Pulse Abarth 2023 e HR-V 2023
O Fiat entrega vários equipamentos, inclusive alguns a mais do que o rival da Honda, o que é comum quando observamos modelos menores que atingem preços das versões de entrada de carros de categoria superior. Situação semelhante ocorre, por exemplo, na linha da Volkswagen, em que o T-Cross, concorrente do HR-V e do Renegade, na versão topo de linha, com todos os opcionais, sai por alguns poucos mil reais a menos do que a versão de entrada do Taos, que é um SUV médio concorrente do Compass. Apesar de menor, o SUV compacto é mais equipado. A situação, aqui nesse comparativo, é bastante próxima.
Em pacote único, sem opcionais, o Pulse Abarth oferece câmbio automático, direção elétrica, vidros, travas e retrovisores elétricos, para-sol com espelho para motorista e passageiro, ar-condicionado automático, ajustes de altura e profundidade do volante, que é multifuncional e revestido em couro, ajuste de altura do banco do motorista, bancos em couro, descansa braço central dianteiro, tapetes, rebatimento elétrico dos retrovisores, retrovisor interno eletrocrômico, destravamento interno e remoto do porta-malas, destravamento interno do tanque de combustível, alarme, chave presencial com sistema de partida por botão e acionamento remoto do motor, limpador de parabrisas automático, acendimento automático dos faróis, farol alto automático, computador de bordo, freio de estacionamento eletrônico com função Auto-Hold, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros e câmera de ré.
Conta ainda com quatro airbags, controles de estabilidade e tração, faróis de LED, luzes diurnas em LED, faróis de neblina, assistente de permanência em faixa, alerta de colisão frontal com sistema de frenagem autônoma e limpador do vidro traseiro.
Confira aqui todos os equipamentos do Pulse Abarth 2023 e compare com a HR-V 2023
Fecham a lista de equipamentos painel digital e sistema multimídia de 10,1 polegadas com rádio, conexão Bluetooth, USB, integração com aplicativos de celular e sistema de navegação nativo.
Como você pode ver, o modelo é bastante completo, e, por conta disso, não sentimos falta de muitos equipamentos. Os freios a tambor na traseira são um pênalti, e o modelo deveria, pelo preço, oferecer ao menos seis bolsas de airbag, igual a praticamente todos os carros da faixa de preço. Basta ver que Argo, Cronos e Mobi ainda contam com apenas os dois airbags obrigatórios por lei (mesmo após terem terem levado um puxão de orelha do LATIN NCAP e tirado nota zero nos testes de colisão) e algumas versões desses modelos não contam com controle de estabilidade de série, sendo necessário adicioná-los como opcionais.
O Honda oferece, na versão EX, câmbio automático, piloto automático adaptativo, direção elétrica, vidros, travas e retrovisores elétricos, para-sol com espelho e iluminação para motorista e passageiro, ar-condicionado automático, ajuste de altura e profundidade do volantes, que é multifuncional, ajuste de altura do banco do motorista, descansa braço central dianteiro, tapetes, rebatimento elétrico dos retrovisores, destravamento interno e remoto do porta-malas, destravamento interno do tanque de combustível, alarme, chave presencial com sistema de partida por botão, acendimento automático dos faróis, freio de estacionamento eletrônico com função Auto-Hold e câmera de ré.
A lista segue com seis airbags, controles de estabilidade e tração, faróis de LED, luzes diurnas em LED, assistente de permanência em faixa, alerta de colisão frontal com sistema de frenagem autônoma, alerta de ponto cego e limpador do vidro traseiro. É interessante ressaltar que o modelo possui quatro estrelas nos testes de colisão feitos pelo EURO NCAP, responsável pelos testes de segurança europeus e que são mais rigorosos do que o LATIN NCAP.
Fecha a lista a central multimídia de oito polegadas com rádio, conexão Bluetooth, USB e integração com aplicativos de celular.
É possível observar que o modelo fica devendo alguns equipamentos para o rival italiano, como o painel digital, retrovisor interno eletrocrômico e os sensores de estacionamento, porém ele oferece mais itens de segurança, como os seis airbags e o alerta de ponto cego. Além disso, o piloto automático adaptativo é muito cômodo para quem costuma andar na estrada ou em cidades como Brasília, nas quais se anda muitos km em velocidade constante para ir de um local a outro da cidade.

Veredito do Pulse Abarth 2023 e HR-V 2023
Aqui no Virgola, usamos nosso comparador de custo-benefício para apontar qual modelo mais vale a pena, baseado em vários parâmetros como o nível de equipamentos, espaço, motorização, conectividade, segurança, custos ao longo de três anos com combustível, manutenção e IPVAs e desvalorização. De acordo com o sistema, quem leva o pódio nessa disputa é o Fiat Pulse Abarth, que conquistou nota 4,47/5,00 de custo-benefício, enquanto o Honda HR-V EX ficou em segundo lugar com 4,11/5,00.
É claro, porém, que existem outras formas de fazer a análise de qual modelo vale mais para você, afinal nosso sistema é algo padronizado, que analisa pontos comuns e não leva em conta peculiaridades da vida do potencial consumidor.
Se você costuma viajar com a família, mesmo o Pulse tendo uma nota melhor de custo benefício no geral, ele não irá te atender tão bem quanto o HR-V. Se você está procurando um modelo divertido para acelerar, então o HR-V não é a melhor escolha possível. Para cada caso, um modelo irá oferecer um melhor custo-benefício, e cabe ao cliente analisar seu perfil de uso e, a partir dele, identificar qual deve ser a melhor opção.
Caso você tenha interesse tanto no desempenho quanto no espaço, sugerimos que você, caso caiba no seu orçamento, olhe a versão Highline do T-Cross, equipada com motor 1.4 turbo e com bastante espaço interno, unindo as duas esferas de esportividade e conforto.
Mas e pra você, qual vale mais a pena?
Confira aqui todos os equipamentos do Pulse Abarth 2023 e compare com a HR-V 2023
Quer saber um pouco mais sobre cada versão? Confira as matérias especiais que separamos abaixo:
Fiat Pulse Abarth 2023 Honda HR-V 2023
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Referências Fiat