Se você anda pensando em comprar um modelo elétrico, mas ficou desanimado com o fato de precisar pagar quase R$150.000 em um modelo pequeno como Renault Kwid E-Tech ou em um Chery iCar, talvez a solução seja subir para o próximo patamar dos carros elétricos.
Nela, encontramos modelos como Nissan Leaf, Peugeot e-208 e e-2008, Fiat 500e, Mini Cooper S E e a estrela dessa matéria, Renault Zoe. Já te digo de antemão: subir de patamar nesse segmento não é algo barato! O Zoe E-Tech, que pode ser seu por R$239.990, é R$ 93.000 mais caro do que o seu irmão menor, Kwid E-Tech, que parte de R$146.990.
Quando vamos falar sobre modelos elétricos compactos e seus altos preços, devemos nos lembrar de que, no Brasil, não existem muitos incentivos para modelos elétricos serem adquiridos e rodarem no país. Na Europa, modelos movidos à energia possuem isenções de imposto e subsídios, recurso que também é aplicado pelo governo dos EUA, além dos investimentos em infraestrutura, com pontos de carregamento em diversos locais. Essas medidas andam em conjunto com a o processo de eletrificação que deve ocorrer nas próximas décadas.
No velho continente, já foi aprovado que, a partir de 2035, só poderão ser comercializados modelos novos que sejam movidos à eletricidade, decretando o início do fim dos motores à combustão. Na Inglaterra a meta é abolir esses motores dos novos modelos até 2030!
Confira aqui todos os itens do Renault Zoe 2023
Seguindo essa tendência para o futuro, diversas montadoras já anunciaram que estão eletrificando sua produção. A Volvo, por exemplo, estipulou que até 2030 todo seu portfólio mundial contará apenas com modelos elétricos! Outros grupos seguem o mesmo caminho. A Hummer, que é conhecida por seus SUVs com motores grandes, gastões e bastante poluentes, e que havia ido à falência em 2010, por consequência da crise do subprime de 2008, ressurgiu mais de uma década depois com uma releitura do antigo H3T, versão com caçamba do menor modelo da marca (que, ainda assim, era muito grande), H3; e foi chamado de Hummer EV. Para a alegria do meio ambiente e tristeza dos amantes da gasolina queimada, o modelo surgiu totalmente elétrico e conta com mais de 1.000 cavalos de potência.
A Ford não perdeu o bonde e lançou o Mustang Mach-E. Talvez considerando que apenas tornar o Mustang, ícone dos cupês esportivos equipados com grandes motores aspirados, em um carro elétrico não causaria tanta revolta dos apaixonados por automobilismo, eles decidiram transformá-lo em um SUV elétrico.
Se cabe mais um exemplo, podemos falar de outros modelos muito tradicionais do mercado norte-americano, que andam sinalizando que seguirão o caminho da eletrificação. O segmento mais movimentado por lá é o das picapes e nele já encontramos a Ford F-150 Lightning, versão totalmente elétrica da caminhonete mais vendida do país. A Chevrolet não quer ficar para trás e já anunciou a versão totalmente elétrica da Silverado EV (se te estranha essa ser a mesma sigla que o Hummer, lembre-se que ambas as marcas são pertencentes ao mesmo grupo, General Motors), para disputar o mercado nesse novo segmento que surgiu, das picapes elétricas.
Se você ainda é relutante quanto a carros elétricos, pode ser que os últimos três parágrafos tenham sido um pouco incômodos de se ler, mas esses são os sinais que as próprias montadoras estão dando ao mercado: iremos em direção da eletrificação. Uma maneira que eles encontraram para introduzir ao público os modelos elétricos é a adoção de sistemas híbridos, como é feito em modelos como Chery Tiggo 5X e Toyota Corolla Híbrido. Existem, porém, diferenças entre as tecnologias dos dois. O primeiro é um chamado híbrido leve, no qual o motor elétrico auxilia mantendo funções como o ar-condicionado em funcionamento, poupando essas tarefas do motor e assim, permitindo melhor desempenho e economia de combustível. O segundo é um híbrido mais invasivo, sendo possível, inclusive, que o modelo rode apenas usando o conjunto elétrico, o que se assemelha mais a um carro totalmente elétrico.
As montadoras encontraram, através desses modelos híbridos, uma forma eficiente de apresentar a propulsão elétrica ao público sem um grande choque que é a mudança direta de um motor à combustão para um elétrico.
Se vamos falar do Renault Zoe, a primeira coisa que devemos ressaltar é que ele é, na Europa, um carro elétrico de entrada. Isso contribui para o título que ele ostenta. De acordo com a Renault, o modelo é o mais vendido do velho continente na última década, acumulando mais de 380 mil unidades vendidas! Seus dias, porém, estão contados, já que a montadora francesa já confirmou a produção do Renault 5 EV, relançamento elétrico do clássico city car da Renault, e que irá se posicionar no espaço que o Zoe ocupa atualmente.
No Brasil, apesar dos atributos, o modelo não repetiu nem de longe esse sucesso com o público europeu e amargava, de janeiro a novembro de 2022, a 14ª colocação no ranking geral acumulado de modelos elétricos mais vendidos no ano, com 203 unidades! Chery iCar, por exemplo, ocupa o 2º lugar, com 779 unidades. O argumento de que ele vendeu mais por ser mais barato não é muito eficiente, já que o Nissan Leaf emplacou 341 unidades, quase 70% mais, mesmo custando cerca de R$60.000 a mais para ser comprado.
Tendo dito tudo isso, vamos te apresentar tudo que o modelo oferece e discutir se ele é o modelo certo para você!
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Renault Zoe 2023
Versão | Preço de Tabela da Renault | |
---|---|---|
Zoe E-Tech Elétrico Automático | R$239.990 |
Desempenho, consumo e custos do Renault Zoe 2023
Quando vamos falar sobre números, desempenho e consumo de modelos elétricos é importante fazer algumas observações que facilitem nosso entendimento do que as medidas querem dizer. Um fato importante que devemos apontar é que não falamos sobre litragem, como é comum em motores aspirados, mas sim capacidade da bateria. No caso do Renault Zoe, ele possui uma capacidade de 52 kWh e o conjunto elétrico dele gera 135 cavalos de potência. Com isso, o modelo consegue acelerar de 0 a 100 km/h em cerca de 9,5 segundos.
O desempenho é bom, ponto comum dos modelos elétricos de uma maneira geral, mas não impressiona, sendo um resultado bastante comum de aceleração de SUVs compactos na faixa dos R$160.000, bem mais baratos do que o Zoe. O ponto alto do francês é o consumo e o baixo custo por km rodado.
Aqui temos mais uma medida diferente, afinal o modelo não usa combustível líquido para calcularmos as médias através de km por litro. No caso de carros elétricos, a notação é km por kWh, ou seja, quantos km o modelo roda para cada kWh de capacidade da bateria. Para acharmos o valor, dividimos a autonomia do modelo pela capacidade da bateria. No caso, a conta é 385 km de autonomia dividido pelos 52 kWh de capacidade, que gera um consumo de algo em torno de 7,4 km por kWh.
Com esse valor, podemos obter o custo de cada km rodado com o modelo e compará-lo com diversos modelos. Considerando que o preço do kWh domiciliar custa em torno de R$1,00, dividiremos esse valor por 7,4 e chegamos ao resultado de que cada km rodado custa, ao condutor, cerca de R$ 0,14 centavos.
Se compararmos um modelo à combustão, entendemos o principal argumento dos modelos elétricos, que é a economia para cada km rodado. Um dos modelos mais econômicos do país, Onix Turbo Manual, gasta cerca de R$0,38 por km percorrido, diferença de R$0,22 para cada km rodado.
Infelizmente para o modelo da Renault, ele não é um grande destaque em questão de economia dentro do contexto de carros elétricos. O pequeno iCar, considerando o mesmo preço de kWh, gasta R$0,11 por km rodado. Caso o condutor precise de mais espaço, dentro da própria linha da Renault, existe o Kwid, que gasta R$0,10 por km rodado.
Além de mais econômicos, os modelos citados são muito mais baratos. O principal que eles ficam devendo é o desempenho, que no Renault Zoe é muito melhor. Em nível de equipamentos o Kwid fica para trás, mas o iCar não deve muito para o modelo nesse tópico. Inclusive, apesar de ter dois airbags a mais do que o iCar, totalizando quatro, o Renault Zoe zerou o crash test do EURO NCAP feito em 2021, entregando que o modelo, que vive a mesma geração desde 2012, está muito atrasado em relação ao resto do mercado.
Sabendo disso, começamos a ver que o Renault Zoe, por conta do preço, não faz muito sentido. Por R$20.000 a menos, o comprador pode levar para casa um e-208, modelo muito mais moderno, recheado de tecnologia, com praticamente o mesmo espaço interno, já que o Zoe, apesar do grande entre-eixos, é bem apertado por dentro. Além disso, a autonomia e a capacidade da bateria são praticamente iguais, o que resulta em mesmo custo por km rodado, e o modelo acelera de 0 a 100 km/h em 8,3 segundos, mais de um segundo mais rápido que o elétrico compatriota francês.
Apesar de tudo, o modelo ainda conquistou o bolso de mais de 200 brasileiros durante o ano de 2022, e isso talvez seja explicado por conta de seus itens de série, que serão apresentados a seguir.
Confira aqui todos os itens do Renault Zoe 2023
Equipamento e espaço do Renault Zoe 2023
O modelo foi lançado inicialmente com dois opcionais, Zen e Intense, mas atualmente é oferecido apenas com o pacote mais completo, trazendo, para segurança, quatro airbags, controles de tração e estabilidade, faróis de LED, luzes diurnas em LED, faróis de neblina, alerta de ponto cego e limpador do vidro traseiro. Como já foi dito anteriormente, mas é importante reforçar, o modelo zerou o Crash Test feito em 2021 pela EURO NCAP, responsável pelos testes de segurança na Europa. Assim, se segurança é seu foco, o Zoe talvez não seja o modelo elétrico certo para você.
Em questão de equipamentos, o modelo conta com piloto automático, direção elétrica, vidros, travas e retrovisores elétricos, para-sol com espelho e iluminação para motorista e passageiro, ar-condicionado automático, ajuste de altura e profundidade do volante, que é multifuncional e revestido em couro, rebatimento elétrico dos retrovisores, retrovisor interno eletrocrômico, destravamento remoto do porta-malas, abertura interna do bocal de abastecimento, alarme, chave presencial com sistema de partida por botão, limpador de parabrisas automático, acendimento automático dos faróis, farol alto automático, computador de bordo, freio de estacionamento eletrônico com função Auto-Hold, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros e câmera de ré.
A lista de equipamentos do Renault Zoe ainda conta com com painel de controle digital e central multimídia de sete polegadas com rádio, conexão Bluetooth, USB e integração com aplicativos de celular.

Mas e aí, o Renault Zoe 2023 vale a pena?
Se você quer um modelo elétrico, mas não quer gastar quase R$150.000 para levar para casa um carro extremamente pequeno como o iCar ou que faz questão de te lembrar que é o elétrico mais barato a todo momento, como o Kwid E-Tech, a solução realmente pode ser subir de categoria, mas, depois de ler esse texto, talvez tenha passado pela sua cabeça que o modelo não vale nem de perto os R$239.990 cobrados pela Renault.
Nem se argumentarmos em razão do custo por km rodado, o modelo não brilha frente aos concorrentes. Aliás, ele perde em todos os quesitos para seu rival mais próximo em preço, Peugeot e-208, que cobra R$ 20.000 a menos e oferece algumas coisas iguais e várias superiores ao rival.
O preço praticado no modelo, no Brasil, justifica o porquê de o modelo vender tão pouco e pauta o nosso veredito de que o modelo não vale a compra! O que você achou do modelo? Combina com a sua garagem?
Confira aqui todos os itens do Renault Zoe 2023
E aí, vale a pena para você? Que tal aproveitar e encontrar o menor preço do Renault Zoe 2023 na sua região? A negociação é com a gente.
Referência