A linha 2025 da Ford Ranger chegou ao mercado sem mudanças em termos de equipamentos, mas outras importantes no preço, já que ela ficou mais cara. Ainda, a picape perdeu a versão com tração apenas nas rodas traseiras, que não era uma configuração muito popular.
É fato que a nova geração da Ranger chegou para abalar o mercado de caminhonetes com muita tecnologia e conforto. Não é muito difícil enxergar isso quando comparamos a picape americana, por exemplo, com a Volkswagen Amarok, a qual está na mesma geração desde que foi lançada, em 2011, sem grandes mudanças significativas. Outros modelos também já sentem o peso da idade, como a Toyota Hilux, líder do segmento, e algumas foram recentemente atualizadas, como a Chevrolet S10 e a nova geração da Mitsubishi L200, que chega em breve ao mercado.
Fato é que nos últimos anos, os preços cobrados no Brasil para comprar um carro disparam assustadoramente, e essa questão ficou ainda mais grave quando o assunto são caminhonetes, já que praticamente todas ultrapassaram a barreira dos R$ 300.000. Conforme o mercado se reestabeleceu, ficou evidente que esses preços estavam muito acima dos que deveriam ser praticados conforme as montadoras ofereciam descontos de dezenas de milhares de reais para as suas picapes. Com certeza, o impacto negativo na imagem dos modelos para o mercado de redução no preço de tabela fez com que as montadoras adotassem essa medida alternativa para torná-las produtos mais atrativos ao público.
Assim, até hoje é possível comprar várias picapes com muito desconto em relação ao preço de tabela. Ao contrário do fluxo em que as concorrentes mantém seus preços estáveis, a linha 2025 da Ford Ranger teve um aumento considerável nos preços das versões, e não é difícil entender o motivo disso acontecer. A Ranger é a picape mais atualizada do mercado, e compará-la com as concorrentes chega a ser desleal. Não que as outras sejam ruins, mas a sensação de andar nelas e depois na Ranger deixa isso muito claro. Parece que a Ford sabe disso, afinal, está cobrando mais caro pela picape.
Além das vantagens de atualização em relação às concorrentes, a nova geração da Ranger trouxe uma novidade muito aguardada pelo mercado brasileiro, que é a versão esportiva Raptor. Ela é muito conhecida e bem vista no exterior, sendo referência quando o assunto são picapes prontas tanto para o off road quanto uso no asfalto. Essa versão só é fabricada na fábrica da Tailândia, a qual atende toda a demanda de Rangers Raptors do mundo inteiro, o que nos aponta que, na verdade, ela é um produto, além de muito capaz, muito exclusivo. Com diversas mudanças, até mesmo estruturais, a Ranger Raptor é simplesmente um dos carros mais divertidos do mercado nacional atualmente, apesar de, se pensarmos racionalmente, o preço cobrado por ela não a coloca entre os melhores custos-benefícios do mercado.
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Em termos de motorização, a linha 2024 da caminhonete americana chegou totalmente reformulada, e as opções se mantêm para a linha 2025. Saíram de linha tanto o motor 2.2 quanto o 3.2 cinco cilindros, ambos a diesel, que estavam em linha desde que a geração passada da caminhonete chegou ao país, em 2013, e agora as opções são 2.0 ou 3.0 V6, também ambas à diesel.
As duas opções representaram um avanço em termos de potência, reflexo dos projetos mais novos. A opção 2.0 Turbo diesel conta com 170 cavalos de potência e 41,3 kgfm de torque. O conjunto pode ser acompanhado por um câmbio manual de seis marchas na versão de entrada, XL, ou automático de seis velocidades nas demais versões equipadas com o motor. Uma outra opção de motor é a 3.0 V6, que conta com 250 cavalos e 61,2 kgfm de torque, que sempre são geridos por um câmbio automático de dez marchas.
O grande destaque, sem sombra de dúvidas, é a versão esportiva Raptor. Apesar de as versões V6 diesel serem muito interessantes e garantirem um desempenho excepcional à picape, a Ranger Raptor conta com um 3.0 V6 bi-turbo movido à gasolina debaixo do capô, que conta com 397 cavalos de potência e 59,5 kgfm de torque geridos pelo câmbio automático de dez marchas que, apesar de ser, em concepção, o mesmo da versão à diesel, recebe outra programação.
A versão Raptor conta com quase 400 cavalos de potência.
Começando pelo maior destaque, a versão Raptor consegue acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 5,8 segundos. É assustador pensar que um veículo desse tamanho consegue ganhar velocidade tão rápido, e impressiona como, apesar de tão grande e rápida, a picape é extremamente estável, lidando com curvas em alta velocidade como se fossem feitas na metade do limite da via. De fato, se o intuito é ter uma caminhonete que ande o mais rápido possível, com certeza a versão esportiva da Ranger é a sua pedida!
Falando das versões mais convencionais, a maior mudança de desempenho está ligada à mudança do motor 3.2 cinco cilindros para o 3.0 V6. Essa troca gerou um ganho de 50 cavalos de potência e quase 15 kgfm de torque, baixando o tempo de aceleração de 0 a 100 km/h da caminhonete de 11,6 segundos para rápidos 8,3 segundos. Não é o suficiente para ser mais rápida que a Volkswagen Amarok, que também conta com motor V6 e cumpre a mesma tarefa em 7,4 segundos; mas é uma melhora bastante considerável e coloca a picape da Ford no pódio do ranking das mais rápidas da categoria.
A versão 2.0 Turbo diesel, apesar de ser mais potente que a antiga 2.2, não teve um grande ganho em termos de desempenho. As acelerações de 0 a 100 km/h são feitas nos mesmos 15 segundos que da geração anterior.
Em termos de consumo, as versões menos potentes conseguem médias, sempre com diesel, de 10,2 km/l na cidade e 11,0 km/l na estrada, na versão manual com tração 4x4. Quando automática e com tração 4x2, o consumo muda para 10,1 km/l na cidade e 12,4 km/l na estrada. A última configuração com motor 2.0, automática e com tração 4x4, consegue médias de 10,0 km/l na cidade e 11,5 km/l na estrada.
A título de curiosidade, a versão Raptor consegue médias de 8,3 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada sempre com gasolina. Não que quem compre um exemplar do modelo esteja minimamente preocupado com isso, claro, mas é curioso pensar que ela não gasta tanto quanto se esperaria pelo desempenho e tamanho.
Quando olhamos para as versões equipadas com o motor mais potente, a história é um pouco diferente. Como o conjunto é sempre o mesmo, câmbio automático de dez marchas e tração 4x4, todas as versões equipadas com esse powertrain apresentam o mesmo consumo, que é de 8,9 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada, também sempre abastecido com diesel.
A Ranger é um destaque na categoria quando o assunto é desempenho.
A Ranger já era bem equipada para os padrões da categoria na geração passada, coisa que se intensificou mais ainda com a vinda da nova geração. A caminhonete americana é a única a contar, por exemplo, com central multimídia de 10 polegadas desde a versão de entrada, tamanho que aumenta para 12 na versão topo de linha.
A central multimídia de 10 polegadas deixa o painel da Ranger muito bonito.
Em termos de conforto ao rodar, como toda picape, a traseira pula um pouco se não estiver carregada, mas o acerto da suspensão deixa esse processo menos visível do que em outras caminhonetes concorrentes. A estabilidade, apesar do tamanho do veículo, é boa e passa segurança em curvas, o que é muito importante principalmente nas versões 3.0 V6, que contam com um desempenho bastante acima da média da categoria. A versão Raptor tem uma suspensão exclusiva, melhor preparada para uso em condições adversas como, literalmente, sair voando com a picape em um desnível e, logo em seguida, aterrissar os mais de 2.400 kg no chão. Além disso, o comportamento dinâmico da caminhonete no asfalto é invejável, se portando melhor do que muitos modelos de passeio convencionais muito menores.
O espaço na cabine é ótimo e quatro adultos e uma criança viajam com bastante conforto, mas fica a menção de que o túnel central do veículo é bem alto, por conta da tração 4x4, e pode atrapalhar o posicionamento dos pés de quem viaja atrás. Em termos caçamba, ela apresenta um ótimo tamanho, inclusive maior do que várias concorrentes: 1250 litros.
O espaço interno da Ranger é acima da média do segmento e abriga bem uma família.
A caçamba de 1.250 litros de capacidade é uma das melhores da categoria.
Essa é a versão da Ranger mais voltada para o trabalho, mas isso não quer dizer que ela seja mal equipada. Quem olha por fora e vê os para-choques pretos e as rodas de aço, talvez se surpreenda com o painel digital e a central multimídia de 10 polegadas no interior. Se você está precisando de uma caminhonete cabine dupla para trabalhar, talvez essa seja a melhor opção de custo-benefício no setor atualmente!
A lista de equipamentos começa com engate, sete airbags, controles de estabilidade e tração, freios a disco nas quatro rodas, luzes diurnas em LED e assistente de partida em rampa. As rodas, como dito acima, são de aço, e contam com 16 polegadas.
Ainda, conta com piloto automático, direção elétrica, ar-condicionado manual, ajuste de altura e profundidade do volante, ajuste de altura do banco do motorista, apoio de braço central dianteiro, tapetes, computador de bordo, vidros elétricos dianteiros e traseiros com função de um toque para subida e descida, para-sóis com espelho para motorista e passageiro, volante multifuncional, ajuste elétrico dos retrovisores, destravamento interno do tanque de combustível, travamento elétrico das portas, alarme e acendimento automático dos faróis.
Fecham os itens de série o painel digital e a central multimídia de 10 polegadas com rádio, conexão USB, Bluetooth e espelhamento sem fio de Android Auto e Apple CarPlay.
A versão XL conta com visual simplificado.
Apesar de ser voltada para trabalho, a versão já conta com central multimídia de 10 polegadas e painel de controle digital.
Essa é a primeira versão 4x4 com aparência mais civil, e não de trabalho, como é a versão XL. É ideal para quem quer gastar o menos possível para andar em uma caminhonete mais bonita e precisa da tração para uso fora de estrada.
Além do que está presente na XL, por aqui ainda contamos com para-choques e maçanetas na cor do veículo, rodas de liga leve de 17 polegadas, faróis de LED, faróis de neblina, transmissão automática de seis marchas, saída de ar-condicionado e entradas USB para os ocupantes do banco de trás, partida remota do veículo por meio do Ford Pass, aplicativo que permite o controle de diversas funções do veículo pelo celular; sensores de estacionamento traseiros e câmera de ré.
A partir da versão XLS 4x4 a Ranger conta com um visual externo mais trabalhado, com destaque para os faróis de LED.
O painel digital da Ranger é um diferencial na categoria.
Se você quer todo o desempenho dos 250 cavalos gastando o menos possível, essa é a melhor opção para você!
Os itens de série são os mesmos da XLS 4x4, com a diferença de que, por aqui, o motor é o 3.0 V6 e o câmbio é automático de dez marchas, e os freios a disco nas rodas traseiras.
O motor 3.0 V6 da linha 2024 da Ranger garante um ótimo desempenho para a picape.
A versões equipadas com motor V6 contam com a tração 4WD.
Essa é a versão de melhor custo-benefício da Ranger 2024, contando com ótima lista de equipamentos e o motor mais forte! Se cabe no orçamento, ela é uma opção melhor do que a versão anterior por conta dos itens de série a mais!
Além dos itens da versão XLS 3.0 V6, por aqui ainda contamos com frenagem autônoma de emergência, monitoramento de pedestres, volante revestido em couro, sensores de estacionamento dianteiros, ajustes elétricos do banco do motorista, rebatimento elétrico dos retrovisores, retrovisor interno eletrocrômico, limpador de para-brisas automático, assistente de farol alto, freio de estacionamento eletrônico e carregador por indução.
A versão XLT garante o conforto do carregamento de smartphone por indução.
O console central da Ranger XLT conta com freio de estacionamento eletrônico.
Essa é a versão topo de linha da Ranger, e é pensada para quem quer andar por aí com o máximo de requinte que a caminhonete média da montadora americana pode oferecer. Além disso, caso ela não seja o suficiente, ainda conta com um pacote de opcionais para deixá-la mais completa ainda.
Além dos itens de série da versão XLT, contamos ainda, aqui, com rodas de liga leve de 18 polegadas, alerta de pressão dos pneus, ar-condicionado de duas zonas, bancos em couro, chave presencial com sistema de partida do motor por meio de um botão e central multimídia de 12 polegadas com rádio, conexão Bluetooth, espelhamento sem fio de Android Auto e Apple CarPlay e sistema de navegação nativo.
Caso você ache que faltaram equipamentos, pode adicionar um kit opcional nessa versão, o qual conta com rodas de liga leve de 20 polegadas, piloto automático adaptativo, assistente de permanência em faixa, alerta de ponto cego, alerta de tráfego cruzado, sistema de câmeras 360° e painel totalmente digital e configurável de 12,4 polegadas.
O painel digital de 12,4 polegadas, opcional da versão Limited, faz a concorrência parecer ultrapassada.
Rodas de 20 polegadas combinam com o design da Ranger Limited, mas são opcionais.
A versão esportiva tem tantas mudanças que chega a ser possível dizer que, olhando por fora, na verdade, a Ranger Raptor seria uma "irmã" da Ranger convencional, e não a própria Ranger em si. A picape conta com um chassi muito mais reforçado em diversos pontos como nas suspensões, que possuem amortecedores inteligentes assinados pela Fox, e longarinas, além de protetores em diversos componentes como transmissão, cárter e tanque de combustível, com o intuito de aguenta o uso bruto da picape. Além disso, as bitolas são mais largas, e para comportar isso ela ganha novos para-lamas muito maiores, que dão uma cara muito mais musculosa à picape. Fecha as diferenças, ainda, os para-choques exclusivos, tanto dianteiros quanto traseiros, saída dupla de escapamento, faróis exclusivos com tecnologia Matrix e grade exclusiva. Por dentro, ela se parece muito mais com a Ranger "civil", ganhando bancos esportivos e detalhes com escrita Raptor aqui e ali.
As mudanças estruturais permitem que a Ranger Raptor ande pulando por aí.
É difícil encontrar alguma coisa mais divertida que uma Ranger Raptor na faixa de preço da picape.
Sem sombra de dúvidas, dentro da categoria de caminhonetes médias no Brasil, a Ranger é o melhor produto em termos de modernidade e equipamentos. É claro que isso não quer dizer que as outras sejam ruins, mas é fato que, por aqui, temos o produto mais atualizado.
O desempenho das versões 2.0 não é nada demais, e nem é o intuito delas, enquanto as versões 3.0 V6 fazem bonito nas acelerações. Fora isso, a lista de equipamentos salta aos olhos desde as versões de entrada, deixando para trás as concorrentes com projetos mais antigos.
Até que algum concorrente chegue com uma geração nova, é bem provável que a Ranger ocupe sem esforço o papel de melhor custo-benefício em termos de caminhonetes médias no país.