O Jeep Wrangler é um dos modelos mais famosos do mercado norte americano, e se você costuma assistir filmes produzidos por lá, é bem improvável que nunca tenha visto alguma unidade sendo o veículo de um personagem ou, ao menos, algumas unidades estacionadas pelas ruas.
Pensando sobre as reais atribuições do modelo, isso não faz o menor sentido, afinal, o jipe é feita para o uso em trilhas e, assim, tem diversas características que fazem com que seu uso nesse tipo de situação seja muito adequado, porém em outras ocasiões torna o modelo bastante desconfortável, como a suspensão do modelo. O sucesso do modelo lá nos EUA, porém, vai muito além das suas habilidades no fora de estrada, e é uma questão muito mais de construção cultural do que qualquer outra coisa.
Isso porque o Wrangler nada mais é do que a continuação da linha Willys, o primeiro modelo da Jeep, lançado na década de 1940, e que teve versões militares que até atuaram na Segunda Guerra Mundial, além das civis, que foram produzidas até a década de 1980. Como é de conhecimento geral, existe um forte senso de nacionalismo que povoa a mente de muitos norte americanos, e assim, o Jeep conquistava os corações dos moradores de lá por seus serviços defendendo os interesses do país militarmente.
O Wrangler é o sucessor do lendário Jeep Willys.
Se esse era o começo da história, ao longo do tempo algumas coisas se perdem, mas outras se perpetuam. Assim, talvez quem compre, hoje em dia, um Wrangler por lá, não esteja pensando em sua história no exército, mas sim por achar um carro legal, que sempre se fez presente nas ruas durante a vida inteira da pessoa. Mas esses fatos têm sua origem lá nos anos 1940, quando o Willys começou a ser produzido.
Assim, no final das contas, nem todo mundo compra carros pensado de maneira totalmente racional para se adequar às suas necessidades. Se fosse assim, não existiriam tantas caminhonetes rodando em grandes centros com ruas apertadas. Muitas pessoas compram o que elas acham mais legal, e não há nada de errado nisso, mas esse fato é o que explica o sucesso da linha Wrangler desde que foi lançada, em 1986.
Ele não é o carro mais confortável do mundo, assim como não tem a maior lista de equipamentos. Porém, seu estilo é único e ele conta com várias coisas muito curiosas, como por exemplo o fato de que você consegue retirar as portas e até o teto do modelo, andando por aí com ele totalmente aberto. Claro que no Brasil isso não tem muita aplicação, afinal, sair na rua com o carro desse jeito é um grande risco, ainda mais considerando o valor do veículo, mas é algo que chama muita atenção no mercado americano.
Andar em um SUV sem as portas, teto e para-brisas é uma experiencia que só o Wrangler pode te proporcionar.
Batemos muito na tecla de como o Wrangler é um carro que faz sucesso apesar de não ter muitos dotes urbanos por um motivo bem simples: a maior parte das pessoas tem esse uso. Se pensarmos, porém, em outras situações que envolvam terra, é bastante difícil encontrar um modelo melhor do que o Wrangler, e é aí que está o pulo do gato! O preço do modelo é tão caro justamente por ele ser o melhor no fora de estrada, e quando falamos isso não estamos nos referindo a estrada de terra batida, ou o caminho entre a porteira de uma fazenda e a casa principal, mas sim aquelas trilhas fechadas que poucos carros conseguem passar.
Afinal de contas, o Wrangler é um carro pensado para o lazer. Atualmente, quem olha para o modelo, pelo menos no Brasil, é quem gosta de praticar trilhas, tanto por conta da sua excelente capacidade de enfrentar e vencer obstáculos, quanto por conta do curioso sistema que permite que você ande por aí sem portas, teto e para-brisas, possibilitando um contato muito mais próximo com a natureza.
Assim, se você está de olho em um modelo na faixa de preço do Wrangler, é bom pensar antes para qual tipo de atividade você vai usar o carro. Caso o uso seja urbano ou rodoviário, é bem provável que você encontre um modelo que atenda melhor em outras marcas. Por outro lado, se seu foco é a trilha, não há um carro que irá te atender melhor do que o Wrangler. Nesse caso, vamos te contar tudo que você precisa saber sobre o modelo.
No Brasil, o Wrangler é sempre equipado com o mesmo conjunto mecânico movido a gasolina, diferente de outros mercados nos quais existem configurações com motor a diesel. Trata-se de um 2.0 turbo de 272 cavalos de potência e 40,8 kgfm de torque, comandados por um câmbio automático com conversor de torque e oito marchas.
O 2.0 turbo do Wrangler é um dos mais fortes do mercado.
Como esperado de um modelo com esses números, o desempenho é bem bom, principalmente na linha 2023, na qual os pneus que vem de fábrica foram trocados. Antes eram mais voltados para trilha e, agora, tem mais aptidão para o asfalto. Se isso é melhor ou pior para você, vai depender do uso que o modelo terá em suas mãos, mas é fato que, em termos de aceleração, o modelo está melhor. Atualmente, ele cumpre a tarefa de acelerar de 0 a 100 km/h em cerca de 7,1 segundos.
Também já era esperado que, pelo tamanho dele, o consumo não fosse lá essas coisas, e isso também se realiza na prática. Sempre com gasolina no tanque, o modelo tem médias de 7,9 km/l na cidade e 8,8 km/l na estrada.
Além das aptidões para fora de estrada, sobra desempenho para o Wrangler.
O modelo não é lá essas coisas em questão de conforto e conveniência, mas se deve pensar que, na realidade, essa nem é a proposta dele. Ele quer te levar para qualquer lugar que você queira ir, e isso ele consegue fazer muito bem, mas se você quer chegar nesse lugar com todo o conforto possível, o Wrangler não é a sua escolha ideal.
Como existem duas configurações distintas do modelo, a situação para as pernas de quem viaja atrás é bem diferente. Isso porque, quando pensamos na versão com duas portas e entre-eixos reduzido, o espaço é apenas aceitável. Três adultos conseguem viajar por lá, mas não é o ideal. As versões de quatro portas, porém, contam com um excelente espaço interno, possibilitando uma jornada com muito mais conforto pra quem vai na segunda fileira de bancos.
O porta-malas também é muito diferente, visto que a versão menor conta com apenas 142 litros de capacidade e a maior, 548 litros.
O habitat natural do Wrangler é a natureza.
A versão mais barata do SUV é a mais indicada para quem quer se aventurar no fora de estrada por conta do seu entre-eixos menor, que facilita a transposição de desafios mais intensos. A desvantagem, porém, é que o modelo conta com um porta-malas bem pequeno e o espaço interno é, também, reduzido. Se o seu uso for sozinho ou com apenas mais uma pessoa, porém, basta baixar o banco traseiro e sobrará espaço para as bagagens, barracas e outros utensílios usados nas viagens.
A lista de equipamentos não é muito recheada, mas o modelo vem de fábrica com rodas de liga-leve de 18 polegadas, quatro airbags, controles eletrônicos de estabilidade e tração, freios a disco nas quatro rodas, faróis de LED, luzes diurnas em LED, faróis de neblina, frenagem autônoma urbana, comutação automático dos faróis, alerta de ponto cego, limpador do vidro traseiro, alerta de pressão dos pneus e assistente de partida em rampa.
Seguimos com piloto automático adaptativo, direção hidráulica, ar-condicionado automático com duas zonas de temperatura independentes, saídas de ar-condicionado e porta USB para a segunda fileira de bancos, ajuste de altura e profundidade do volante revestido em couro, ajuste de altura do banco do motorista, bancos em couro, descansa braço central dianteiro, tapetes, computador de bordo, sensores de estacionamento traseiros, câmera de ré, vidros elétricos dianteiros com função de um toque para subida e descida, para-sóis com espelho e iluminação para motorista e passageiro, volante multifuncional, ajustes elétricos dos retrovisores, retrovisor interno eletrocrômico, destravamento remoto do porta-malas, travas elétricas, alarme e chave presencial com sistema de partida por botão.
Fecha a lista de equipamentos a central multimídia de 8,4 polegadas com rádio, conexão Bluetooth e USB, navegação nativa, sistema de som assinado e espelhamento com fio de Android Auto e Apple CarPlay. Conta, ainda, com um painel de controle parcialmente digital.
A versão mais barata é a mais adequada para o fora de estrada.
O Wrangler permite um contato muito mais próximo com a natureza.
Essa versão não se diferencia muito, em termos de equipamentos, da anterior. A maior diferença fica por conta das duas portas traseiras a mais e o entre-eixos maior, garantindo mais conforto para quem viaja no modelo.
Por aqui, ganhamos alerta de tráfego cruzado, partida remota do motor e vidros elétricos automáticos nas portas traseiras.
As versões com quatro portas são mais espaçosas.
Adesivo alusivo à versão.
A versão topo de linha do modelo não se diferencia em termos de equipamentos, que são os mesmos da versão Sahara Unlimited, mas ela conta com mudanças de acabamento tanto externas quanto internas, além, claro, das rodas de 17 polegadas com pneus mais voltados para trilha.
A versão mais cara é ainda mais preparada para o fora de estrada.
O modelo recebe o selo Trail Rated de capacidade off-road
Se você não vai fazer trilha, o Wrangler não é o carro para você. O preço cobrado pela montadora americana não justifica a compra do modelo se o uso for urbano ou rodoviário, por conta tanto da lista de equipamentos um pouco enxuta quanto pela falta de conforto do modelo, que foi projetado para uso fora de estrada.
Por metade do preço do Wrangler, você consegue levar algum modelo, inclusive dentro da própria linha Jeep, que vai te atender muito melhor nesse tipo de uso. Por outro lado, se você está de olho em um carro para entrar e se perder por aí desbravando o mundo, é bem difícil encontrar um modelo melhor para fazer isso do que um Jeep Wrangler. Claro, porém, que isso custa caro, e pouca gente tem condições de ter um carro desse valor só para usar para o lazer. Mas se esse é o seu caso, é uma compra muito acertada.