A linha 2025 do Nissan Versa chegou ao mercado trazendo uma nova versão, SR, e manteve os mesmos equipamentos das demais versões. A nova configuração, que traz o nome dos esportivos da marca, na verdade é apenas “esportivada”, com estética exclusiva, mas o mesmo motor 1.6 aspirado debaixo do capô, e se posiciona abaixo da versão topo de linha, Exclusive.
É um pouco estranho pensar que a versão SR chegou apenas agora ao mercado sendo que ela já existia lá fora, e o modelo passou por um facelift no ano passado. Independentemente do que aconteceu nesse meio tempo, essas mudanças visuais não trouxeram o ponto mais esperado para o Versa, que é a motorização turbinada, já que o modelo continua oferecendo o mesmo motor desde que foi lançado em 2013.
Com isso, ele se mantém como um dos poucos representantes da antiga escola de motores no segmento, ao lado do Toyota Yaris Sedan e do Honda City, ambos com motor 1.5 aspirado e câmbio CVT. Um fato curioso é que todos os três modelos, apesar de serem de marcas diferentes, são todos de origem japonesa, o que mostra, talvez, uma preferência dessas marcas por produtos mais seguros em termos de durabilidade, mesmo que isso prejudique em termos de desempenho. Vale ressaltar, porém, que o modelo da Honda é o mais tecnológico, já que conta com sistema de injeção direta que ajuda na potência e na eficiência, o tornando o mais ágil e econômico entre os três.
No caso do Versa, o modelo usa a mesma tecnologia de quando foi lançado por aqui, há mais de uma década atrás. O cansado motor 1.6 aspirado sofre para empurrar o modelo que, mesmo com carroceria leve, de pouco mais de 1.100 kg, acaba andando menos do que o esperado e gastando mais combustível. Fato é, porém, que ele logo será aposentado, já que a tendência é que a Nissan entre na onda dos turbinados com a nova geração do Kicks que deve chegar ao mercado no ano que vem. Esse motor, que é mais um resultado da parceria da Nissan com a Renault, já está presente na marca francesa equipando o Kardian, que foi recentemente lançado por aqui.
Apesar de a Nissan nunca ter tido grandes sucessos de vendas fora o Kicks, é fato que seus modelos sempre foram muito elogiados pela qualidade de maneira geral. Talvez seja por conta disso que o modelo, mesmo com motorização ultrapassada, conseguiu emplacar quase 9.000 unidades em 2023. Se essa quantidade de pessoas, exposta a um mercado tão vasto, escolheu o Versa, ele com certeza tem seus encantos.
Com mais de dez anos de mercado, o Versa coleciona uma legião de fãs que foram cativados pelo excelente espaço interno, robustez e boa lista de equipamentos. Claro que quando dizemos que o modelo era bem equipado em 2013, isso leva em consideração que os carros eram considerados “completos”, naquela época, por oferecerem itens como ar-condicionado, direção com algum tipo de assistência e comandos elétricos dos vidros, travas e retrovisores. Além disso, muitos modelos não contavam com algum desses itens, e o Versa chegou ao mercado com tudo isso de série, além do seu grande diferencial, que era o espaço interno colossal.
Até pouco tempo antes do Versa, se você precisava de espaço, a única solução era comprar um sedã médio, já que modelos como Chevrolet Prisma e Volkswagen Voyage eram muito apertados por dentro e honravam seus títulos de sedãs “compactos”. Essa história começou a mudar com a chegada do Renault Logan, seguido pelo Chevrolet Cobalt e, então, o Nissan Versa. Chegava a ser impressionante o tamanho do espaço para quem viajava no banco traseiro do modelo, que era inclusive maior do que vários modelos médios do mercado, e oferecia muito conforto para os ocupantes.
Desde aquela época, o modelo sempre trouxe debaixo do capô o motor 1.6 aspirado, mas não contava com câmbio manual. Esse recurso só chegou na linha 2017, junto com um facelift, e esse atraso para oferecer o item causou muitas perdas de vendas do modelo, já que a ausência do terceiro pedal é uma exigência de muitos consumidores atualmente. Curiosamente, se você quiser comprar um Versa hoje em dia, não existe versão com câmbio manual, o que mostra que a Nissan identificou as preferências do mercado.
Por conta da boa fama que a Nissan ostenta com o mercado, o Versa sempre foi um grande sucesso com quem buscava maior tranquilidade em termos de manutenção e durabilidade. Aliás, esse é um dos principais argumentos da marca japonesa para manter o conjunto aspirado no cofre do modelo, já que ele não costuma incomodar. Bom espaço interno e robustez são pontos fortes do Versa e explicam em parte o porquê de o modelo fazer tanto sucesso com que trabalha com transporte de passageiros.
A nova geração do modelo chegou ao mercado em 2020 com muitas mudanças. Apesar de ter perdido um pouco de espaço interno, ele ganhou refinamento e praticamente “subiu de categoria”, deixando de ser um sedã compacto e batendo de frente com os sedãs compactos premium como o Honda City. Vale lembrar que na época do lançamento da nova geração do Versa, o Sentra havia saído de linha, então recaia sobre o compacto a responsabilidade de atender os clientes do sedã médio.
O choque gerado pela nova geração do modelo foi grande, afinal, ele deixou de lado aquele desenho muito controverso e virou um dos carros mais bonitos da categoria de uma hora para outra, além de oferecer itens muito interessantes como sistema de câmeras de 360° graus, além do melhor acabamento da categoria. Infelizmente, o modelo é importado do México, e as cotas de importação não permitiram que o modelo vendesse de maneira proporcional a esse alvoroço, o que prejudicou bastante seu desempenho no mercado. No final, o modelo acabou sendo ofuscado pela nova geração do Honda City e atualização do Volkswagen Virtus, que são, hoje, os melhores negócios da categoria.
A linha 2025 do Versa gera um sentimento conflitante. Isso porque tudo indica que o modelo terá um bom desempenho, mas o motor não condiz com o resto do carro. Um exemplo disso é a dinâmica, já que a plataforma moderna, o acerto de suspensão e as rodas de 17 polegadas dão a entender que o modelo terá uma direção muito mais interessante. No final das contas, o motor 1.6 aspirado acelera o modelo com muita preguiça. Se fosse turbinado, certamente o Versa brigaria pela posição de melhor sedã compacto do mercado.
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Como já foi dito acima, o modelo conta com um motor 1.6 aspirado, o mesmo único motor que equipou o sedã compacto desde que foi lançado por aqui, em 2011, e conta com 113 cavalos e 15,3 kgfm de torque. A diferença do conjunto atual para o daquela época é o câmbio, que agora é sempre um automático do tipo CVT.
O motor 1.6 aspirado do Versa é um dos mais antigos em linha no país.
Já dá pra imaginar, por tudo que falamos, que o desempenho do modelo não é nada demais. De acordo com a Nissan, o modelo acelera de 0 a 100 km/h em 10,7 segundos, mas na realidade a história é bem diferente. Observando os testes feitos pela imprensa, o modelo cumpre a tarefa em cerca de 12 segundos, e esses testes foram feitos com apenas o motorista dentro do carro. Assim, caso você vá fazer uma viagem com sua família a bordo do modelo, redobre a atenção a fim de evitar situações perigosas em ultrapassagens.
O consumo do modelo também não é um destaque na categoria. De acordo com o Inmetro, as médias ficam em torno de, com etanol, 7,9 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada; e com gasolina, 11,5 km/l na cidade e 14,7 km/l na estrada. Na realidade, porém, a situação é um pouco diferente, e o modelo consegue médias um pouco menores na cidade e maiores na estrada. Com etanol, por exemplo, no uso comum, fica em torno de 7,0 km/l na cidade e 12,0 km/l na estrada.
O motor antigo tem implicações no desempenho e consumo de combustível.
O tópico de conforto com certeza é o ponto alto do Versa. O modelo é recheado de equipamentos em todas as versões, e quem escolhe o modelo estará muito bem servido neste aspecto. A versão topo de linha do modelo, por exemplo, conta com assistentes de condução semi autônomas e sistema de câmera 360° para auxílio em manobras; e a versão mais barata já oferece bom pacote de equipamentos, com seis airbags, sistema de frenagem urbana e chave presencial.
O espaço interno não é tão bom quanto o da geração passada, mas isso não significa que seja ruim, muito pelo contrário. Em termos de pernas é ótimo, e inclusive pessoas mais altas conseguem se acomodar bem nesse tópico, além do espaço lateral ser razoável. É fato que três pessoas ainda se apertarão em termos de ombros, mas a situação é melhor do que na de alguns concorrentes. Vale ressaltar, porém, que o caimento do teto pode incomodar alguns passageiros, que ficarão com a cabeça raspando no forro do teto.
O banco traseiro é muito confortável e trata bem os passageiros.
O porta-malas conta com bons 466 litros e é bem profundo, abrigando sem dificuldade as bagagens de um família sem que ela tenha que se preocupar com espaço ao montar as malas para a viagem.
O porta-malas do modelo tem um tamanho bom para um família.
A versão de acesso do Versa é um excelente produto para quem busca conforto e confiabilidade mecânica pelo menor valor possível, sem se importar com o design externo simplificado do modelo. Apesar de básico, ele oferece itens de série interessantes.
A lista de equipamentos começa com rodas de 15 polegadas com calotas, seis airbags, controles eletrônicos de estabilidade e tração, faróis de neblina, sistema de frenagem autônoma urbana e assistente de partida em rampa.
Seguimos com transmissão automática, piloto automático, direção com assistência elétrica, ar-condicionado manual, apoio de braço central dianteiro com porta USB para os passageiros do banco traseiro, ajuste de altura e profundidade do volante, ajuste de altura do banco do motorista, computador de bordo, sensores de estacionamento traseiros, vidros elétricos dianteiros e traseiros com sistema de um toque para o do motorista, para-sóis com espelho para motorista e passageiro, volante multifuncional, ajuste elétrico dos retrovisores, destravamento interno e remoto do porta-malas, destravamento interno do tanque de combustível, chave presencial com sistema de partida por botão, travas elétricas, alarme e acendimento automático dos faróis.
Fecha a lista de equipamentos a central multimídia de sete polegadas com rádio, conexão Bluetooth, USB e espelhamento com fio de Android Auto e Apple CarPlay.
A versão de entrada conta com visual simplificado.
A chave presencial com partida por botão é item de série em todas as versões.
Normalmente as versões intermediárias são as mais representativas em termos de vendas, por conta do bom equilíbrio entre preço e nível de equipamentos, e por aqui a história não é diferente.
Além dos itens de série da versão Sense, aqui contamos, ainda, com rodas de liga-leve de 16 polegadas, sistema de câmeras 360 graus que auxiliam na hora das manobras, carregador por indução e painel de controle parcialmente digital.
A versão intermediária ganha painel parcialmente digital.
A central multimídia de sete polegadas poderia ser maior.
Novidade na linha 2025, a versão SR nada mais é do que a versão Advance com uma roupagem um pouco mais esportiva. Assim, a lista de equipamentos é a mesma, mas a versão especial conta com aerofólio na tampa traseira, grade frontal escurecida, emblemas “SR” na carroceria, capas dos retrovisores pintados de preto brilhante e bancos com detalhes em laranja. Definitivamente, as rodas da versão topo de linha cairiam muito bem no modelo, ou até mesmo as antigas rodas de 17 polegadas que a versão Exclusive usava antes do facelift.
A versão SR ganha roupagem esportiva.
Os bancos da versão SR tem detalhes exclusivos.
A versão topo de linha é feita para quem faz questão do máximo de tecnologia e comodidade no seu dia-a-dia, além do design diferenciado por conta das rodas exclusivas. Além disso, essa versão conta com mais recursos de auxílio à condução.
A versão Exclusive é a única que conta com alerta de ponto cego nos retrovisores.
Aos equipamentos da versão Advance somam-se rodas de liga-leve de 17 polegadas, faróis de LED, luzes diurnas em LED, alerta de ponto cego nos espelhos retrovisores, alerta de tráfego cruzado, ar-condicionado automático, revestimento de couro nos bancos e no volante e a central multimídia de oito polegadas com rádio, conexão Bluetooth, USB e espelhamento com fio de Android Auto e Apple CarPlay.
A versão topo de linha conta com faróis de LED e rodas de 17 polegadas.
O interior do Versa é um dos mais bem acabados da categoria.
O Versa é um sedã compacto quase perfeito. O modelo é espaçoso, bonito, bem equipado, estável, seguro e muito confiável. Infelizmente, ele peca em um ponto muito importante para boa parte dos consumidores, que é a motorização. Enquanto ele tenta garantir a pequena parcela do público que ainda prefere motores aspirados do que turbinados, outros concorrentes menos qualificados vendem muito mais tendo como atrativo, em comparação com o modelo da Nissan, basicamente só a motorização turbo.
Assim, se você não é desses que faz questão da motorização turbinada, com certeza o Versa é uma opção bastante considerável. Por outro lado, seria legal compará-lo com o Honda City, que também é aspirado, mas conta com desempenho e consumo de combustível melhores. Por outro lado, ele perde no refino, estilo e lista de equipamentos, mostrando que não existe uma resposta certa no segmento, mas sim carros melhores para atender as preferências de cada consumidor.
Caso você seja esse tipo de comprador, o Versa com certeza irá te atender bem. Por outro lado, se você faz parte da maioria e dá mais peso à motorização do que outros atributos, o Versa provavelmente irá te decepcionar, e seria melhor dar uma boa olhada na concorrência.